quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A difícil tarefa de trabalhar na educação de jovens e adultos

A difícil tarefa de trabalhar na educação de jovens e adultos

A educação, seja da criança, adolescente, ou adulto, é um processo que se dá no interior de cada indivíduo, transformando-o espontaneamente, através da convivência com o outro, através da resolução de problemas que dizem respeito ao mundo físico ou social em que vivem, lançando hipóteses e também a partir de suas experiências com o meio. Enfim, somos o resultado de nossas permanentes transformações e trocas. Logo, cada ser é único.

Desta forma, todo indivíduo, ao iniciar um processo de aprendizagem, já trás consigo uma série de conceitos, conhecimentos acumulados, reflexões sobre o mundo, sobre si mesmo, sobre as outras pessoas, crenças e informações de vida, que servirão de filtro para a elaboração de novos conhecimentos. Esses novos conhecimentos irão gerar novos comportamentos, modificar hábitos e assim, sucessivamente.

Durante todo esse processo, o professor precisa estar muito atento, pois, além de poder encontrar dificuldades em compreender o raciocínio do aluno, uma vez que pode reduzir o pensamento do outro ao seu próprio, precisa colocar-se no lugar do educando, tentando compreender suas dúvidas a fim de lhe dar as respostas de que está necessitando e que está preparado para ouvir.

Se isso tudo já parece ser um tanto quanto complicado, imagine se formos falar especificamente do desenvolvimento desse processo todo no ser adulto. Neste caso, além de tudo isso, o educador precisa estar ainda mais preparado, pois, diferente das crianças, os adultos, estão dispostos a iniciar um processo de aprendizagem desde que compreendam a sua utilidade. Para eles, a aprendizagem é orientada para a resolução de problemas e tarefas com que se confrontam na vida. Se por um lado, os adultos são portadores de uma experiência que os distingue das crianças e dos jovens, uma vez que em numerosas situações de formação, são os próprios adultos com a sua experiência que constituem o recurso mais rico para as suas próprias aprendizagens, de outro, esse acúmulo pode gerar um raciocínio mais crítico, tornando-o num “ser aprendente”, cada vez mais exigente !



segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Competências das esferas de governo para com a educação











Competências das esferas de governo para com a educação


Através das leituras realizadas dos textos de Nalú Farenzena, pude observar que o sistema educacional brasileiro está organizado em três esferas distintas: a federal, a estadual e a municipal, pouco articuladas no que diz respeito a planejamento, concretização de ações e avaliação.

De acordo com a LDB, o Município é incumbido de oferecer a educação infantil e com prioridade o ensino fundamental, os Estados devem ser responsáveis por assegurar o ensino fundamental e oferecer com prioridade o ensino médio, sendo ainda incumbidos de definir, com os municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, garantindo a distribuição proporcional das responsabilidades, e a União, além de sua rede de ensino superior e sua presença em outros níveis e modalidades de ensino, deve exercer função técnica de apoio e financiamento, e tem incumbência de articular toda a organização da educação nacional.

Infelizmente, o fato da legislação determinar uma ação compartilhada pelas três esferas de governo na área da educação, não garante que isso se concretize. O governo federal, aproveitando-se dessa indefinição legal deliberada de atribuições das três esferas administrativas, confere responsabilidades aos Estados e Municípios, o que lhe permite desresponsabilizar-se por qualquer nível de ensino, desorganizando totalmente a educação no Brasil.

Baseado nisso, podemos dizer que a oferta educacional brasileira é descentralizada, ou seja, existe uma grande parte da responsabilidade nas mãos dos estados e municípios, aparecendo timidamente a presença da União nos níveis e modalidades da educação básica. Podemos dizer que, estados e municípios acabaram assumindo a oferta de educação básica, deixando para a União a competência de atuar diretamente na educação escolar através da manutenção e organização da rede federal de ensino e, indiretamente, através da contribuição à manutenção e ao desenvolvimento do ensino e aos programas suplementares das redes estaduais e municipais.

sábado, 6 de setembro de 2008

Gestão Democrática - importante ferramenta, pouco valorizada !








Gestão Democrática

A Gestão Democrática é uma forma de organização da escola que possibilita a participação de todos envolvidos no cotidiano escolar, professores, estudantes, funcionários, pais ou responsáveis, pessoas que participam de projetos na escola, e toda a comunidade ao redor da escola, no planejamento, na tomada de decisões, na definição do uso de recursos e necessidades de investimento, na execução das deliberações coletivas, nos momentos de avaliação da escola e da política educacional.

A gestão democrática é um exercício coletivo e participativo que serve como excelente estratégia para transformar a escola em um espaço público onde diversas pessoas têm a possibilidade de articular suas idéias, estabelecer diálogo e considerar diferentes pontos de vista, valorizando ainda mais o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária, agregada ao fato de fortalecer cada vez mais a democracia no processo pedagógico, além de ser um caminho para a melhoria da qualidade de ensino.

Porém, penso que apesar desse discurso de “Gestão Democrática” ser antigo, resultado de muita luta dos segmentos progressistas da sociedade, em especial dos educadores, docentes e alunos, a presença de Leis Federais, tanto na Constituição Federal de 1988, quanto na LDB, não é garantia de que o processo ocorra conforme propunham os movimentos de reivindicação por uma escola mais aberta e com uma gestão com a participação de todos nas decisões. São muitas as dificuldades para o alcance definitivo de uma gestão democrática, a resistência de segmentos da própria escola, a ausência histórica de uma cultura de participação na sociedade brasileira, a forma de encaminhamentos das políticas públicas pelos órgãos intermediários de coordenação da educação, bem como as exigências burocráticas. Infelizmente, precisamos aprender a conviver com algumas heranças, mas não precisamos ficar de braços cruzados, podemos começar, conscientizando os componentes da comunidade escolar sobre a importância de sua participação, ensiná-los a exercitarem seus direitos, comprometê-los nesta luta, torná-los capazes de romper com o hierarquizado, enfim mostrar que coletivamente temos forças para a busca de uma educação que responda aos interesses coletivos, transformando a escola.