segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ensino de surdos

O texto A POLÍTICA DO ENSINO DE SURDOS, de Harlan Lane, traz uma questão bastante interessante: “Muitas escolas de surdos utilizam um ensino estruturado por ouvintes, não respeitando a cultura, língua e identidade das pessoas surdas.” De acordo com o texto, existem algumas possibilidades de uma mudança nas propostas de ensino dessas escolas. As propostas de ensino precisam perceber o sujeito surdo como um sujeito que tem uma diferença lingüística e cultural. Conforme o documento “A Educação que nós surdos queremos”, elaborado a partir da união da comunidade surda pela luta por uma melhor educação, no ano de 1999, durante o pré-congresso que antecedeu o V Congresso Latino-americano de Educação Bilíngue para Surdos, a política de inclusão-integração escolar deveria ser extinta, tendo em vista que além dela tratar o surdo como deficiente, acaba levando ao fechamento de escolas de surdos, bem como ao abandono do aluno surdo no processo educacional. Em relação aos professores que trabalham com surdos, a maioria são ouvintes e poucos sabem libras, o que prejudica a aprendizagem dos alunos surdos e dificulta que esses alunos alcancem outros níveis no futuro. É importante para os alunos surdos a existência de professores surdos no quadro das escolas, pois, eles trazem o modelo surdo para as crianças e jovens surdos. No caso das escolas terem em seu quadro professores ouvintes, é necessário que estes recebam orientação de professores surdos, que possam auxiliar o professor regente e trabalhar com a língua de sinais na escola. Outro ponto interessante é o fato que nas escolas de ouvintes existe o ensino da Língua Portuguesa, que serve para desenvolver diferentes possibilidades de explorar a língua, conhecer suas variantes, adequar o uso ao contexto e desenvolver a escrita, assim por diante, da mesma forma, alunos surdos necessitam do ensino da Língua de Sinais e precisam ter conhecimento sobre os acontecimentos que envolvem as comunidades surdas, construir sua identidade e perspectivas e a disciplina de Libras pode ser esse espaço. As escolas de ouvintes precisam se preparar para oferecer uma educação de qualidade aos alunos surdos e isto só será possível através da exploração dos conteúdos fazendo uso da língua de sinais, através de recursos visuais, tais como figuras, língua portuguesa escrita e leitura, a fim de desenvolver nos alunos a memória visual e o hábito de leitura. Além disso, a presença de intérpretes de língua de sinais nas aulas é fundamental, pois a modalidade Bilíngüe é uma proposta de ensino que propõe o acesso dos sujeitos surdos a duas línguas no contexto social e escolar. Pesquisas têm mostrado que essa proposta é a mais adequada para o ensino de crianças surdas, tendo em vista que considera a Língua de Sinais como primeira língua e, a partir daí, se passa para o ensino da segunda língua que, no caso do nosso país, é o português que pode ser na modalidade escrita ou oral. Outro ponto que precisa ser levado em consideração é a necessidade dos alunos surdos terem um espaço nas escolas inclusivas onde possam desenvolver sua identidade e cultura.
Referências Bibliográficas
FENEIS. Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos. Que Educação nós surdos queremos: Documento do Pré-Congresso — V Congresso Latino Americano de Educação Bilíngüe para Surdos. Porto Alegre/UFRGS: 1999. Texto Digitado.
ERIKSSON, Per. The History of Deaf People. Sweden: Daufr, 1998.
LANE, Harlan. A Máscara da Benevolência: a comunidade surda amordaçada. Lisboa: Instituto Piaget, 1992.
MOURA, Maria Cecília de. O surdo, Caminhos para uma nova Identidade. Rio de Janeiro: Ed. Revinter, 2000.
PERLIN, Gládis; STROBEL, Karin. Fundamentos da Educação de Surdos. 2008. (Desenvolvimento de material didático ou instrucional - Curso de Letras - LIBRAS à distância).
SILVEIRA, Carolina Hessel. LIBRAS 1. Santa Maria - RS: Gráfica e Editora Pallotti, 2005.
SILVEIRA, Carolina Hessel. O currículo de Língua de Sinais na Educação de Surdos. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Educação UFSC. Florianópolis, 2006.
Site: http://www.faders.rs.gov.br/portal/uploads/Dicionario_Libras_Atualizado_CAS_FADERS.pdf

Temas Geradores

Paulo Freire, condenando o ensino oferecido na maioria das escolas que era caracterizado por uma educação alienante, acomodada, bancária, desenvolveu um pensamento pedagógico que objetivava conscientizar os alunos, desenvolver a criticidade, inquietá-los. Para o pensador, existem três momentos claros de aprendizagem: o primeiro, quando o educador se inteira daquilo que o aluno conhece, trazendo a cultura do educando para dentro da sala de aula, o segundo, é o momento de exploração das questões relativas aos temas em discussão e o terceiro, é a conscientização do aluno, é quando ele volta-se do abstrato para o concreto, problematizando o conteúdo em questão.
Semelhante a esse pensamento, são as propostas que inspiram os Projetos de trabalho, Centros de Interesse, através de temas geradores, que também valorizam muito a cultura do aluno, além de terem uma concepção de globalização. Esse movimento investigativo tem um ponto de partida que se constrói sobre o conhecimento prévio dos envolvidos, para a definição do tema gerador, onde os alunos partem de suas experiências anteriores e o educador está valorizando e trazendo a cultura do aluno para dentro da sala de aula. A prática pedagógica, através do uso de temas geradores, fomenta que os alunos tenham o hábito de fazer perguntas, faz com que eles busquem explicações para os problemas que se colocam e desafia-os a desenvolverem processos de interação nos quais as trocas de experiências e de idéias abrem novas possibilidades de questionar e de compreender o mundo, além disso, através dessa metodologia, desenvolvemos em nossos alunos a autonomia. Além do mais, desta forma os alunos estarão trabalhando com assuntos do seu interesse, a aprendizagem será significativa, inquietante e desenvolverá alunos críticos e conscientes, pois, só buscamos respostas quando temos uma pergunta, só procuramos alguma coisa quando sentimos necessidade e temos uma idéia acerca do que queremos encontrar !

Célestin Freinet

Assim como Maria Montessori, outro grande educador que merece ser reverenciado é Celéstin Freinet (1896-1966). Pedagogo francês, crítico da escola tradicional e das escolas novas, criador do movimento da escola moderna, tinha como objetivo básico o de desenvolver uma escola popular. Celéstin Freinet se dedicou à educação coletiva, cooperativa e voltada para alunos de meios populares. Ele via na escola a possibilidade de formar cidadãos para o trabalho livre e criativo. Segundo Freinet, um dos deveres do professor é criar uma atmosfera laboriosa na escola, de modo a estimular as crianças a fazer experiências, procurar respostas para suas necessidades e inquietações, ajudando e sendo ajudadas por seus colegas e buscando no professor alguém que organize o trabalho. Para ele, a função primordial do professor era a de colaborar ao máximo para o êxito de todos os alunos. Freinet não via valor didático no erro, ele acreditava que o fracasso desequilibra e desmotiva o aluno, por isso o professor deve ajudá-lo a superar o erro. Seu trabalho despertou grande admiração, inclusive de Piaget.

Maria Montessori

Maria Montessori (1870-1952) foi uma educadora italiana que nos deixou importantes contribuições no campo pedagógico. O método educacional proposto por ela, partia do concreto para o abstrato. Ela apresentou propostas mais dinâmicas para a organização do espaço escolar, das atividades pedagógicas e dos próprios materiais didáticos utilizados. Ela criou materiais lúdicos, nos quais podem ser explorados desde as propriedades dos mesmos, até atividades projetadas para desenvolver o raciocínio lógico-matemático e a linguagem. Até os dias de hoje, podemos ver em nossas escolas algumas das contribuições desta educadora como o Material Dourado, que é utilizado na construção da numeração decimal, e móveis escolares como classes, armários e banheiros proporcionais ao tamanho e à idade das crianças. Ela defendia o respeito às necessidades e aos interesses de cada estudante, de acordo com os estágios de desenvolvimento correspondentes às faixas etárias. Acreditava que as crianças conduziriam o próprio aprendizado e ao professor caberia acompanhar o processo e detectar o modo particular de cada um manifestar seu potencial. Para ela, as crianças não eram seres incompletos, e sim seres humanos integrais desde o nascimento. Ela acreditava que a educação é uma conquista da criança, pois percebeu que já nascemos com a capacidade de ensinar a nós mesmos, se nos forem dadas as condições.

Frase de Maria Montessori: “A tarefa do professor é preparar motivações para atividades culturais, num ambiente previamente organizado, e depois se abster de interferir. ”

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Reflexões !!!

Conforme o texto Consciência Fonológica: o que é, para que serve e qual sua relação com o aprendizado da leitura e da escrita?, a consciência fonológica é a habilidade de perceber a estrutura sonora de palavras, ou de parte de palavras. Existe forte relação entre a consciência fonológica e o aprendizado da leitura e escrita, segundo os pesquisadores. Existem dois níveis dessa habilidade, segundo a fonoaudióloga Lílian Nascimento: a consciência de que a língua oral pode se segmentar em unidades e a consciência de que essas unidades se repetem em diferentes palavras faladas. Segundo o texto, a consciência sintática é a capacidade de segmentar a frase em palavras e organizá-las numa seqüência com sentido e a consciência silábica é a capacidade de dividir palavras em sílabas. Já a consciência fonêmica, última que a criança tende a adquirir, é a capacidade de analisar os fonemas e de relacionar esses fonemas com as letras que os representam.
Conforme o power point Consciência fonológica, Princípio básicos, avaliação e intervenção de Rosangela Marostega Santos, a consciência fonológica é o conhecimento acerca da estrutura sonora da linguagem e se desenvolve mediante contato com a linguagem oral, envolve a manipulação oral e auditiva dos sons da fala, independente do seu significado. A consciência fonológica é a habilidade em analisar, explicitamente, a fala em seus componentes fonológicos, ela é parte integrante da metalinguagem. Para desenvolver a consciência fonológica atividades que levem a criança a perceber que as frases variam em número de palavras, bem como atividades de rima são bastante interessantes !

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O menino selvagem

Atualmente, além de existirem muitas soluções tecnológicas para a comunicação dos surdos, como : telefone para surdos, relógios vibratórios para surdos, sinalizadores luminosos, muitas outras conquistas vêm garantindo as pessoas surdas acesso a serviços de saúde, educação e lazer, porém, nem sempre foi assim e ainda falta muito para a inclusão social efetiva dessa comunidade !!!
Assisti ao filme “O menino selvagem”, dirigido por François Truffaut e baseado no livro de Jean Itard, médico francês. O filme fala sobre a vida de um menino selvagem que vivia na floresta de Aveyron, no sul da França, com lobos, afastado dos seres humanos, emitia grunhidos e sons estranhos, cheirava tudo que levava às mãos e sua locomoção era como a dos animais. No filme, o médico Itard, se interessa pelo menino e pensa ser interessante examiná-lo e determinar o seu grau de inteligência, ele acredita que é possível educá-lo e reintegrá-lo a sociedade e, diferente de outros estudiosos da época, pensava que o menino selvagem, era apenas uma criança que havia sido isolada, privada de educação e que não deveria ser isolada, nem rejeitada pela sociedade. Desta forma, Itard, propõe educá-lo e luta por sua administração, por sua guarda. No filme, o médico e professor, tentou desenvolver a oralização em Victor, o menino selvagem e testava várias maneiras de ensiná-lo, utilizando o método da associação da palavra com a imagem e o som, fazendo o uso de castigos e recompensas na educação do menino. Conforme estudos sobre a vida de Jean Marc Gaspard Itard, a sua experiência com a educação de Victor, influenciou seu trabalho com surdos, posteriormente. Ele é conhecido como o grande defensor da corrente pedagógica chamada de Oralismo.
Assim como Victor, o menino selvagem, no passado, os surdos eram vistos como sujeitos estranhos, considerados inferiores, objetos de curiosidades da sociedade, anormais ou doentes. Na idade média, existiam leis que proibiam os surdos de receberem heranças, de votar e de usufruírem de todos os direitos como cidadãos, sendo que na idade moderna, o monge beneditino Pedro Ponce de Leon, defendeu o direito à herança e o Fray de Melchor Yebra, de Madrid, escreveu um livro, que descreve e ilustra o alfabeto manual da época. Em 1778, Samuel Heinicke, fundou a primeira escola de oralismo, a qual possuía 9 alunos surdos. Mais tarde, Abade Charles Michel de L’Epée “conheceu duas irmãs gêmeas surdas que se comunicavam através de sinais, iniciou e manteve contato com os surdos carentes e humildes, procurando aprender seu meio de comunicação e levar a efeito os primeiros estudos sérios sobre a língua de sinais”. Ele fundou a primeira escola pública para os surdos e ensinou inúmeros professores para surdos, sendo que em 1864 foi fundada a primeira universidade nacional para surdos. Alexander Melville Bell, Professor de surdos, inventou um código de símbolos que utilizava desenhos dos lábios, garganta, língua, dentes e palato, para que os surdos repetissem os movimentos e os sons indicados pelo professor.
Felizmente, hoje a língua de sinais é aceita como a língua natural da comunidade surda, pois, conforme a história, ela estava proibida desde 1880, quando, no Congresso Internacional sobre Educação de Surdos em Milão, foi estabelecido que os surdos deveriam ser educados pelo método do oralismo e a partir de então, a língua de sinais foi oficialmente abolida, proibida de ser utilizada por mais de cem anos na educação de surdos do mundo todo, sendo que em 2005, um decreto assinado pelo presidente Lula, além de tornar a LIBRAS disciplina obrigatória nos cursos de magistério e fonoaudiologia, determinou a contratação de intérpretes em repartições públicas.


Bibliografia
STROBEL, Karin. História da educação de surdos. 2008 (Desenvolvimento de material didático ou instrucional. Curso de Letras-Libras à distância). 2008, p. 32

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Educação de Jovens e Adultos - A chave para o século

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última década do século XX - 1991/2000, a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais de idade caiu de 20,1% para 13,6 % . Essa queda continua sendo percebida ao longo dos primeiros anos do século XXI, chegando a 11,8% em 2002. No entanto, apesar dessa redução, o país ainda tem um total de 14,6 milhões de pessoas analfabetas. Essa ausência de escolarização faz com que essas pessoas enfrentem muitas dificuldades como a independência em relação aos filhos, companheiros e amigos em atividades simples como abrir uma conta bancária, escrever uma carta, ler uma placa com nome de rua, etc. A educação, nos dias de hoje, é indispensável para o exercício da cidadania, ela é mais que um direito, ela é a chave para o século e a educação de jovens e adultos serve de reentrada no sistema educacional aos que tiveram uma interrupção forçada pela repetência, evasão ou outras condições adversas.
Conforme Marta Kohl de Oliveira, no texto Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem, os alunos da EJA são geralmente adultos, migrantes de áreas rurais, filhos de trabalhadores rurais, com baixo nível de instrução escolar, algumas vezes apresentando uma passagem curta pela escola, que vem ao encontro das escolas com o intuito de alfabetizar-se e ou cursar algumas séries do ensino supletivo, bem como, jovens, que encontram na EJA, a possibilidade de reinserção escolar, pelo fato de terem se afastado dos estudos pela necessidade de um trabalho precoce ou por sua exclusão do sistema regular de ensino, ocasionada por reprovações, embora esses, geralmente são incorporados aos cursos supletivos em fases mais adiantadas da escolaridade, desta forma, com mais chances de concluírem o ensino fundamental, uma vez que apresentam-se mais ligados ao mundo urbano, são mais envolvidos em atividades de trabalho e lazer e mais relacionados com a sociedade letrada.
Discordando um pouco do pensamento da autora, apesar de ter pouca experiência em EJA, penso que, no passado o número de estudantes oriundos da zona rural era maior e que atualmente essa modalidade de ensino apresenta em sua maioria, jovens com defasagem em idade/série interessados em uma aceleração de estudos, tendo em vista que anteriormente sua passagem pela escola foi breve, malsucedida e com poucas aprendizagens relevantes. Penso que o número de jovens e adolescentes que freqüentam essa modalidade de ensino cresce a cada ano, modificando as características das classes de EJA, o seu cotidiano e as relações que se estabelecem entre os sujeitos que encontram-se nestes espaços, embora ainda possamos encontrar adultos oriundos de áreas rurais e pessoas da terceira idade.
Segundo a autora, os índices de evasão e repetência nos programas de educação de jovens e adultos são altos e isso é o resultado de questões como a falta de sintonia entre a escola e os alunos que dela servem, além dos fatores socioeconômicos que muitas vezes impedem que os alunos dediquem-se plenamente nesses programas e pelo fato da escola funcionar com base em regras específicas e com uma linguagem particular que acaba servindo como obstáculo àqueles que não a conhecem !
Concordo com a autora, e penso que a falta de sintonia é uma das razões que mais ocasiona a evasão. Muitas vezes os jovens e adultos deixam a escola pelo fato dela não vir ao encontro de suas necessidades ! Os educadores precisam criar dinâmicas e desenvolver metodologias capazes de tornarem a aprendizagem significativa aos alunos de modo que seus interesses sejam atingidos, apesar de que, essa tarefa não é nada fácil, pois, geralmente as turmas de EJA são compostas por dois perfis de alunos, como mencionado anteriormente: adultos migrantes de zona rural e adolescentes urbanos. O primeiro grupo, bastante lento, com uma representação de escola bastante tradicional e com estratégias de resolução de problemas diferentes do outro perfil que compõe essa modalidade de ensino, adolescentes urbanos, que tiveram acesso a uma escola, mas viveram experiências de insucesso e exclusão, interessam-se meramente pela aquisição de um certificado, enxergando a escola como um lugar de passagem e não de conhecimento, enfim, perfis muito diferentes em uma única sala de aula ! Além disso, os fatores sócioeconômicos tem um grande peso, pois, geralmente os alunos da EJA são trabalhadores que estão situados nos postos de maior desgaste físico, enfrentam muitas dificuldades para chegar à escola, pois dependem dos precários serviços de transporte, dispõem de pouco tempo para a sua formação e o cansaço do seu dia-a-dia também é um limitante significativo ! Outro motivo dos altos índices de evasão e repetência nas classes de EJA é realmente o fato da escola funcionar com base em regras específicas e com uma linguagem própria ! A escola precisa se adaptar para ter condições de atender a este grupo que não é o “alvo original” da instituição, como a autora refere. Os currículos, métodos de ensino e programas devem ser adaptados aos alunos da EJA.
Enfim, para que tenhamos êxito nessa modalidade de ensino, é necessário que a escola entre em sintonia com esta clientela, que os currículos, métodos de ensino e programas sejam adaptados aos alunos da EJA, que haja flexibilidade curricular, através do aproveitamento das experiências e visões do educando, como fonte de elaboração e reelaboração de conhecimentos.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Projetos de Aprendizagem

Fomentar que os alunos tenham o hábito de fazer perguntas faz com que eles busquem explicações para os problemas que se colocam e desafia-os a desenvolverem processos de interação nos quais as trocas de experiências e de idéias abrem novas possibilidades de questionar e de compreender o mundo, além disso, estaremos desenvolvendo em nossos alunos a autonomia. Tudo isso podemos contemplar, trabalhando através de Projetos de Aprendizagem. Além do mais, desta forma os alunos estarão trabalhando com assuntos do seu interesse e trabalhando interdisciplinariamente na busca de responder a uma questão. E como a aproximação se faz por grupos de interesse, não por afinidade, os alunos acabam convivendo com as diferenças. O trabalho coletivo significa a participação de todos, a troca de experiências, o que exigirá o respeito de um para com o outro.
O P.A. Tem um ponto de partida que se constrói sobre o
conhecimento prévio dos envolvidos e na medida que ele vai sendo desenvolvido, novas porções de conhecimento vão sendo produzidas. O trabalho com PA é um processo complexo de idas e vindas entre o que eu penso que sei, o que me falta saber, o quê e onde buscar, que
informações são importantes e o que elas me dizem. Durante o processo, as certezas podem tornar-se dúvidas e as dúvidas certezas. O interessante é que isso tudo torna esse processo provocativo, fazendo com que os alunos soltem a imaginação e a inteligência, criem e construam o
novo, reconstruindo, na medida em que vão entendendo a relatividade do
produzido! Através do PA comprovaremos as certezas e esclareceremos as dúvidas. A questão de investigação precisa ser norteadora, clara. É a natureza da questão que levantamos que determina o que precisamos
buscar, o que investigar. Penso que ela não precisa ser tão objetiva a ponto de restringir a investigação, nem tão ampla que corra o risco de perdermos o caminho. Podemos abranger o P.A. através das certezas e dúvidas.

Alfabetização e métodos

Para a interdisciplina de Linguagem e Educação, realizei a leitura do texto “NÃO HÁ COMO ALFABETIZAR SEM MÉTODO?” de Iole Maria Faviero Trindade. O texto faz com que a reflexão realmente aconteça e vale à pena dar uma conferida nesse material. A autora levanta vários questionamentos e provocações à respeito da alfabetização sendo que a questão norteadora que intitula o texto é trazida inclusive de outra forma no desenrolar do texto: “há como alfabetizar e letrar sem o uso de um método ou de uma metodologia que explore concomitantemente a aquisição da língua escrita e seus usos?”, questão essa que dá origem a diversas outras questões. As questões são trazidas pela autora através de uma maneira gostosa de ler, provocando muitas reflexões sobre as práticas de alfabetização e alfabetismos das quais nós e nossos alunos participamos cotidianamente.
A autora fala sobre o “novo” movimento de pedagogização de práticas e eventos de leitura e escrita, como os textos da literatura infanto-juvenil e outros portadores de texto como cartas, receitas, jornais, anúncios, que surgiram com o passar dos anos, substituindo as famosas cartilhas e outras obras didáticas utilizadas no passado.
Segundo a autora, “não há como alfabetizar sem método” e que nós, professores, precisamos ter uma didática que acolha a pluralidade de discursos existentes, fazendo uso deles conforme necessidades de uma formação. A autora nos apresenta um método de alfabetização que valoriza algumas atividades que devem ser realizadas diariamente como: produção textual (individual e coletiva), leitura de textos, jogos, ditados e outras atividades de sistematização, todas essas fundamentais à aquisição e aos usos da leitura e da escrita.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sistema escolar e currículo integrado

Ao longo da história da escola, diferentes maneiras de planejar o ensino tem sido “experienciadas” em nossas escolas. Vocábulos como: “currículo transversal”, "interdisciplinariedade", "educação global", "centros de interesse", "metodologia de projetos", "globalização", parecem traduzir semelhantes filosofias que aparecem, desaparecem e reaparecem com uma certa freqüência. Parece-nos que esse vaivém, no fundo trata-se apenas do mesmo e eterno problema, que ainda não foi resolvido definitivamente: o da relevância do conhecimento escolar e a interdependência existente entre a esfera econômica e a educacional.
Para compreendermos as inovações, reformas, políticas e práticas educacionais é preciso compreender suas razões e os discursos aos quais elas se baseiam, pois elas estão intimamente relacionadas ao funcionamento dos sistemas de produção e distribuição no âmbito empresarial. Elas estão impregnadas de discursos, ideais e interesses gerados e compartilhados por outras esferas da vida econômica e social e cada modelo de produção e distribuição requer pessoas com determinadas capacidades, conhecimentos, habilidades e valores.
Infelizmente, ainda observamos escolas cuja organização dos currículos que reina é a do modelo linear disciplinar, forma de organização que presta insuficiente atenção aos interesses dos estudantes, à sua experiência prévia, seus níveis de compreensão, ritmos, relações pessoais entre estudantes e professores, tendo em vista o desmembramento das disciplinas, privilegiando o livro didático, ao invés de valorizar as prática e o conhecimento do aluno. O modelo linear disciplinar, resulta na falta de nexos entre as disciplinas e o decorrente esforço de memorização que tal fato acarreta, devido à falta de significação ao aluno pela visão individualizada do conteúdo e centrada nele. Infelizmente, conteúdos abstratos, desconexos, ainda são uma realidade, resultando em homens e mulheres pouco críticos e participativos, visto que seus resultados práticos contribuem para impedir a reflexão crítica sobre a realidade e a participação na vida comunitária. Os conteúdos abstratos, desconexos, não permitem aos alunos e alunas compreenderem a sociedade em que vivem. A interdisciplinariedade, em contrapartida, favorece o desenvolvimento de aptidões, tanto técnicas como sociais, que os ajudam em sua localização na comunidade de forma autônoma, crítica e solidária. Para que tal objetivo seja alcançado, há temas, questões e problemas que precisam ser trabalhados e que não se enquadram, na maioria das vezes, nas áreas de conhecimento tradicionais e, conseqüentemente, não fazem parte dos "currículos por disciplina" surgidos com a modernidade, sendo, pois, excluídos das salas de aula. A compartimentação da cultura em matérias, temas, prejudica o desenvolvimento do conhecimento ao contrário do que se supunha, que possibilitariam o aprofundamento de cada tema, que posteriormente seriam magicamente interligados na mente do aluno.
Vivemos a era do conhecimento, onde não basta operar máquinas como um braço extra de um mecanismo industrial, é preciso ter informação e atitude. E para que se tenha postura, é necessário que se ensine desde cedo a pensar, agir, interagir e principalmente, avaliar de maneira crítica e compreender o significado inerente a cada coisa.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Um pouco sobre P.A. 1ª Parte

Após a leitura do texto, “Revisitando os Projetos de Aprendizagem, em tempos de web 2.0”, de Iris Elisabeth Tempel Costa e Beatriz Corso Magdalena, gostaria de colocar algumas considerações importantes à respeito do trabalho com Projetos de Aprendizagem.
Desde pequeno, o ser humano observa o mundo e formula questões que o intrigam e através das experiências e interações, são produzidas respostas certas ou erradas que não são construídas ao acaso. Através da metodologia de projetos de aprendizagem podemos oferecer situações em que os alunos são instigados a seguirem fazendo perguntas e a buscarem explicações para os desafios e problemas que surgem, promovendo a troca de experiências, que sugerem novas possibilidades de questionar e de compreender o mundo ! Através desta metodologia, reunimos os alunos através de interesses comuns em torno de um fenômeno que querem entender. No desenvolver do projeto, o grupo levanta questões de investigação, busca, organiza e compara as informações encontradas, elabora e publica seus achados, socializando além do processo desenvolvido, os resultados alcançados, na medida em que o trabalho se desenvolve.
O projeto de aprendizagem inicia com a elaboração de uma questão de investigação, que será a questão norteadora, que determinará a atividade mental em certa
direção. Só buscamos respostas quando temos uma pergunta, só procuramos alguma
coisa quando sentimos necessidade e temos uma idéia acerca do que queremos

encontrar. É a natureza da questão que levantamos que determina o que precisamos
buscar, o que investigar. Penso que essa questão não precisa ser tão objetiva a ponto de restringir a investigação, nem tão ampla que corra o risco de perdermos o caminho !
Essa questão principal se desdobrará em certezas provisórias e dúvidas temporárias, que nos darão pistas sobre o conhecimento prévio
dos alunos e no decorrer do processo, poderão transformar-se, produzindo novas porções de conhecimento.

No desenvolver do P.A., os mapas conceituais também são elementos importantes e devem ser elaborados em diferentes etapas do estudo, pois, darão visibilidade à rede de significações construída e como ela se modificou, ampliou e aprofundou durante o processo.
É importante ressaltar que, no desenvolvimento do P.A., novas porções de conhecimento vão sendo produzidas, alterando os interesses, consequentemente mudanças e ajustes parciais que retomam ou refinam o
caminho (o foco) ou permitem identificar a necessidade de novas buscas por
informações e dados, talvez com outros recursos e estratégias surgirão. (continua)...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Letramento social e escola

Através da análise do texto “Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola (KLEIMAN, 2006)”, faço uma reflexão a partir de uma afirmação da autora referente ao papel da escola em não se preocupar com o letramento social, e sim, apenas com o letramento escolar.
Kleiman afirma que a escola não se preocupa com o letramento social e sim apenas com o letramento escolar, porque na escola predomina o modelo autônomo de letramento, modelo de letramento considerado equivocado por muitos pesquisadores, uma vez que essa concepção pressupõe que há apenas uma maneira de o letramento ser desenvolvido. Aprendemos o uso da leitura e escrita de forma sistematizada. A escola tende a considerar as atividades de leitura e escrita como universais, neutras, independentes dos determinantes culturais. A escola preocupa-se apenas com um tipo de prática de letramento, o processo de aquisição de códigos, a alfabetização, enquanto que outras agências de letramento, como a igreja, a família, mostram orientações de letramento muito diferentes. Na verdade este é apenas um tipo de prática, infelizmente dominante, que desenvolve alguns tipos de habilidades mas não outros, e que determina uma forma de utilizar o conhecimento sobre a escrita. Contrapondo a este modelo de letramento, existe o modelo ideológico, que defende a idéia de que as práticas de letramento são social e culturalmente determinadas e que os significados que a escrita assume para um grupo social dependem dos contextos e instituições em que ela foi adquirida.

Contribuições de Comênio para a didática

Fazendo uma análise a partir do texto “Metodologia de Ensino em Foco: práticas e reflexões”, de Johannes Doll e Russel Teresinha Dutra da Rosa, posso afirmar que, apesar da pedagogia de Comênio estar distante mais de 300 anos, ela apresenta elementos que encontro no meu cotidiano escolar. O fato de considerar cada aluno, respeitando suas necessidades e capacidades, por exemplo; a maneira de conduzir os conteúdos, não sobrecarregando as aulas, progredindo do mais fácil para o mais difícil; a motivação sempre presente nas aulas, alternando momentos de atividades, descanso e brincadeiras; a valorização do trabalho em grupos ou duplas, onde os alunos interagem, ensinam, realizam trocas do conhecimento com seus colegas; a valorização da “bagagem” que cada aluno traz consigo, suas experiências, são elementos fortes que marcam o cotidiano de minha sala de aula, presentes na pedagogia de Comênio.
Segundo o texto, um dos elementos importantes da pedagogia de Comênio é que a aprendizagem deve começar a partir dos sentidos e isso é claramente percebido no material didático “Orbis Pictus“, onde ele apresenta o som que a ovelha faz (bé é é), por exemplo. Penso que esse material era utilizado para apresentar as coisas do mundo aos alunos, através dos sentidos, forma visual (figura) e sonora. Acredito que a memorização também era trabalhada, assim como a relação entre a palavra e a letra inicial eram estabelecidas.

Um pouquinho sobre EJA

EJA e suas funções: reparadora, equalizadora e qualificadora

Segundo o Parecer CEB nº 11/2000, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, a EJA tem a função de reparar uma dívida social com milhares de pessoas que por questões sociais ou atendendo às necessidades do mercado de trabalho não tiveram acesso ao ensino na idade adequada. A EJA surge para iniciar um processo de universalização do conhecimento e término da centralidade do conhecimento. Podemos afirmar que ela é reparadora por oportunizar um direito negado, o direito a uma escola de qualidade, bem como pelo reconhecimento da igualdade ontológica de todo e qualquer ser humano. A função reparadora da EJA significa o acesso ao circuito dos direitos civis. Podemos afirmar que ela apresenta a função equalizadora pela oportunidade de servir de reentrada no sistema educacional aos que tiveram uma interrupção forçada pela repetência, evasão ou outras condições adversas. E pelo fato da EJA propiciar a todos a atualização de conhecimentos por toda a vida, podemos dizer que ela tem a função permanente ou qualificadora.

Pessoas surdas e ouvintes

As pessoas surdas são indivíduos que compreendem e interagem com o mundo por meio de experiências visuais em substituição a audição e a fala, utilizam a língua de sinais para se comunicar, que é uma língua que possui suas próprias regras gramaticais e se diferencia em cada país. Os surdos também possuem a cultura surda, que abrange a língua, as crenças, os hábitos e costumes do povo surdo, ou seja, a maneira do sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de torná-lo acessível e habitável ajustando-o com as suas percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas e das “almas” das comunidades surdas.
Todas as pessoas sentem a necessidade de serem entendidas e o segredo para uma boa comunicação entre um ouvinte e uma pessoa surda é estabelecer um contato visual sem interrupções ou desvios, se o ouvinte não domina a língua de sinais, a fala de maneira clara, pronunciando bem as palavras, tentando ser bem expressivo através de expressões faciais, gestos, sinais e movimentos, cuidando sempre para manter o contato visual também valem, sendo que, se houver a necessidade, a comunicação pode ser através de bilhetes.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Escola Ideal

Dia desses tivemos a oportunidade de conhecer o professor da interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação e ele nos presenteou com uma aula muito interessante e bastante simples, que confesso para vocês, me fez refletir muito ! Entramos no mundo do faz de conta e imaginem que tivemos que brincar de extra terrestres e discos voadores...isso mesmo...fizemos de conta que fomos abdusidos ! E na nossa brincadeira tínhamos que imaginar que nossos amiguinhos do outro planeta queriam descobrir um pouco mais sobre o nosso mundo e tinham muita curiosidade em saber o que é uma ESCOLA ! A atividade foi muito bacana, mas, me assustei quando percebi que foi necessário fazer de conta que estávamos em um lugar onde não conheciam escolas para que pudéssemos montar a nossa escola dos sonhos, sem as interferências de nossos vícios e tradições ! Me espantei pelo fato de termos que nos distanciar de nosso mundo e de nossas escolas para imaginar como seria a escola perfeita. Mas para a alegria de todos percebi que não estamos tão longe do que julgamos ser o ideal !
Foi muito engraçado, pois, ao nos reunirmos em grupo eu fui logo enaltecendo o meu ponto de vista: a escola precisa ter regras ! Depois, refletindo um pouco até me assustei por ter sido essa a primeira característica a pensar, será que isso é realmente o mais importante ? E o resto ? Percebo que nem indo para tão longe, consegui me desprender das marcas enraizadas em mim. Mas...como é a escola ideal ?
Penso que a escola ideal deve em primeiro lugar conhecer a realidade daqueles que nela estão inseridos e quais são as suas expectativas e curiosidades. Ela precisa ter muita tecnologia e materiais diversos e interessantes que despertem a curiosidade dos alunos ! Precisa oportunizar aos que dela fazem uso, ambientes adequados e atividades diversas que desenvolvessem as artes e a ciência. E você ? Já parou para pensar como deveria ser a escola, para ela ser IDEAL ?

Fala aí, meu !!!

Muitas são as diferenciações que podem ocorrer em relação à fala ou à escrita. Não falamos, lemos e escrevemos sempre do mesmo jeito. Existem muitas “interferências” que modificam o conteúdo do que se fala e a maneira como se fala ! Isso tudo varia de acordo com as circunstâncias e os sujeitos envolvidos, dentre outras questões !
A maneira como falamos ao telefone com um amigo ou a forma que nos comunicamos através de um bilhete a um familiar são diferentes da maneira que apresentamos um trabalho oral e escrito da faculdade, pois, esses últimos exigem um grau de planejamento maior. O contexto de uso da linguagem, o lugar do qual falamos, os interlocutores, são aspectos que interferem na seleção do conteúdo e das estratégias do dizer.
A fala e a escrita variam também dependendo de cada indivíduo, seu nível sócio econômico, grau de educação, sexo, idade, meio social, dentre outros aspectos. Moradores do meio rural, por exemplo, por estarem em um ambiente menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preservam variantes antigas.
Desta forma, podemos dizer que, na verdade, não existe uma “língua padrão”, a linguagem, tanto oral como escrita, sofre alterações socioculturais. E a partir dessa perspectiva, diagnosticamos que a escola enfrenta um grande desafio, o de incorporar ao currículo essas demandas sociais e culturais e de articular mei¬os para responder a elas. O trabalho escolar precisa abrir espaço para a multiplicidade de discursos, abordar o "certo" e o "errado" em linguagem, através da apresentação dos recursos linguísticos presentes nos textos orais e escritos, aos alunos, onde os mesmos poderão visibilizar a diferen¬ça, possibilitando que incorporem a noção de uso ade¬quado ou não adequado da linguagem.

Marcas

Que marcas da sua prática pedagógica você gostaria de deixar nos seus alunos? Eis ai, uma pergunta que todos os educadores deveriam fazer durante aqueles momentos de auto avaliação, pois, as relações de ensino-aprendizagem no contexto escolar deixam marcas em nossas vidas e fazem parte da constituição dos indivíduos !
Segundo Miguel Arroyo, “as lembranças dos mestres que tivemos, podem ter sido nosso primeiro aprendizado como professores. (...) Repetimos traços de nossos mestres que, por sua vez, já repetiam traços de outros mestres. Esta especificidade do processo de nossa socialização profissional nos leva a pensar em algumas marcas que carregamos. São marcas permanentes e novas, ou marcas permanentes que se renovam, que se repetem, se atualizam ou superam”.
Concordo com ele ! Penso que muitos educadores deixaram suas marcas em mim ! Educadores das séries iniciais, do ensino médio, do ensino superior, educadores do magistério, e se alguns deles imaginassem o poder que tinham ... Quando era criança, lembro-me que brincava muito de escolinha, adorava imitar meus professores e ficava pensando que se fosse professora, com qual deles pareceria. Na verdade nunca sonhei em ser professora, brincava na época, mas não imaginava que quando ficasse adulta seria uma, mas, eis que aqui estou, praticamente concluindo o curso de Pedagogia e com uma boa e variada experiência em escolas ! Mas....como me vejo ? Com qual daquelas e daqueles mestres que marcaram tanto minha vida me pareço ? Que marcas eu, professora Ana quero deixar em meus alunos ? Respondendo a esta questão, tão pertinente, gostaria que minhas práticas pedagógicas marcassem meus alunos de maneira que ficassem seguros, que nunca desempenhassem o papel de meros expectadores, que possuíssem muita segurança, que a curiosidade estivesse sempre presente neles e que também soubessem lidar com as dificuldades, com os erros e com os desafios e que acima de tudo, lidassem bem com a diversidade e respeitassem o outro e a sua opinião.
Referências: Miguel Arroyo, Ofício de Mestre, 2002, p. 124

domingo, 2 de agosto de 2009

Quatro olhos !!!

O preconceito e a discriminação tem uma relação muito forte com a baixa auto estima. Piadas preconceituosas, exclusões em atividades escolares e em brincadeiras e até mesmo agressões físicas ou psicológicas, tem impacto direto na auto estima e no rendimento de alunos vítimas de preconceitos.
E não são apenas os alunos negros que servem de alvo de preconceito e discriminação ! Usar óculos, ser pobre, não dispor de certos bens materiais, já bastam para que a criança seja vítima de discriminação e preconceito !
Lembro-me que quando era estudante das séries iniciais, chamavam-me de quatro olhos, pelo fato de usar óculos. Isso me abalava profundamente, tanto que, quando completei 13 anos de idade, “tirei o óculos da cara e nunca mais coloquei-o,“ mesmo não enxergando direito ! Me sentia tão mal em sala de aula e era tida como alvo de muitos colegas, que acabava me isolando e não participando das atividades. Penso que isso atrapalhou muito meu rendimento escolar e fez com que fosse muito longo o caminho a ser percorrido para que conseguisse hoje ter a auto estima que tenho ! Lembro-me que numa época usávamos os famosos tênis kichute. Como os meninos costumavam arrastar os pés no chão, fazendo com que o mesmo ficasse pintado de preto, um dia a diretora resolveu proibir os alunos de utilizarem este tipo de calçado para ir à escola. Como era uma criança extremamente quieta, não falava muito, não comentei nada em casa e no dia seguinte fui com meu kichute para a escola. Como era alvo de piadas pelo fato de usar óculos, o resultado disso, foi que meus colegas que “gozavam” de mim todos os dias, tinham uma novidade, me assustaram tanto que fiquei o recreio inteiro escondida na casinha de bonecas, com medo da diretora. Essa passagem me marcou muito !
Como professora, tenho todo o cuidado para sentir como está cada aluno e procuro integrar a turma para que não hajam “panelinhas” e que nenhum aluno seja alvo dos demais, pois sei o quanto isso é importante para a auto estima e o rendimento dos alunos. Sei por experiência própria que atitudes de mal gosto, piadas preconceituosas e discriminação podem fazer com que um aluno se isole completamente ! Pena que meus professores não tiveram este cuidado em sala de aula ! Talvez tenha um pouco de culpa por ter me retraído tanto e não ter “entregue” aos professores, meus colegas que faziam piadas de mim.
A escola, sendo um ambiente social interativo, necessita de atitudes que visem à formação de cidadãos com valores, de forma à respeitarem as pessoas e suas diferenças e os professores precisam estar atentos em todos os momentos, para que experiências como estas que vivi não se repitam !

Racismo – uma forma de Bullying praticada nas escolas

Bullying - Segundo a Wikipédia, este é um termo inglês, utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo ou grupo de indivíduos incapaz(es) de se defender.
Levando em consideração que a pluralidade racial é uma das principais características da sociedade brasileira e que este ingrediente apimenta as relações de conflitos escolares, as manifestações discriminatórias são muito comuns no espaço escolar. Apelidos que são colocados em algumas crianças como: Pelé, Bombril, Negão, enfim, as brincadeiras e gozações vivenciadas nas escolas são hábitos tão comuns e antigos que, muitas vezes acabam não recebendo a atenção adequada por parte dos pais e professores, porém, ações como estas, que parecem inofensivas, podem ser consideradas como uma forma de bullying.
Para combater o bullying e todo tipo de descriminação, a melhor saída é incentivar a socialização entre os alunos, por meio da convivência em atividades e brincadeiras, onde os alunos tenham oportunidade de conhecer, entender e aceitar os outros como eles são.

Escola - Espaço de Vivência e Tensões Raciais

É na escola que as crianças deixam de pertencer exclusivamente à família para integrarem-se numa comunidade mais ampla. É lá que boa parte do processo de socialização infantil acontece, pois na escola a criança estabelece relações com crianças de diferentes núcleos familiares e esse contato diversificado poderá fazer da escola o primeiro espaço de vivência das tensões raciais.

A relação estabelecida entre crianças oriundas dos mais diferentes grupos étnicos, com seus costumes e suas crenças pode acontecer de modo tenso, excluindo, possibilitando que algumas crianças adotem em alguns momentos uma postura introvertida, por medo de serem rejeitadas ou ridicularizadas pelos colegas de sala de aula.

Desta forma, é necessário que as questões raciais sejam abordadas criticamente no ambiente escolar, a fim de romper com os conceitos formados erroneamente contra as diferentes etnias. É necessário que haja a conscientização das diferenças entre as pessoas, mostrando que a diversidade não implica inferioridade. A escola precisa ensinar o que é preconceito e discriminação e promover a auto-estima através do auto-conhecimento e liberdade de expressão.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Portfólio de Aprendizagens – O que é ? Para que serve ? Como deve ser ?

O Portfólio de Aprendizagens é um espaço de trabalho onde são registradas as experiências de aprendizagens, através de objetos representativos dos conhecimentos adquiridos, anotações, imagens, documentos e links.
O Portfólio de Aprendizagens é uma espécie de resumo da trajetória de aprendizagem. Ele serve para refletir as práticas, partilhar as aprendizagens e pode ser utilizado pelos professores, para avaliar o desempenho dos alunos.
O Portfólio de Aprendizagens deve ser bem identificado, objetivo e suas postagens devem ser constituídas por anotações bem argumentadas e evidências que caracterizem a aprendizagem.
No nosso caso, estudantes do PEAD, o Portfólio de Aprendizagens deve ser elaborado através de postagens reflexivas, densas, inter-relacionando as diferentes interdisciplinas. Devem constar relatos de nossas práticas e considerações acerca de nossas mudanças.

sábado, 6 de junho de 2009

Violência na Escola


Lendo o texto Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança, de Jaqueline Picetti, refletindo sobre a violência nas escolas, o processo moral e a nossa responsabilidade, como professores perante tudo isso, lembrei-me de várias situações vivenciadas na escola, mas, as que mais me significaram, foram as vivenciadas com um aluno de 8 anos, da 1ª série que tinha, em 2006. Ele era morador de vila, muito pobre, tinha um irmão mais velho e uma irmã ainda bebê. Ele era muito agressivo com todos, e não tinha o dia que não se metesse em confusão e ele agitava tanto as aulas, que quando faltava, era mais fácil desenvolver as atividades e o dia era muito mais tranquilo. Apesar dele transformar a minha vida e a de seus colegas, em um verdadeiro pesadelo, pois, nem eu, nem os colegas, sabiam mais como lidar com ele, tinha pena dele, além de um grande carinho e estudava suas atitudes e a maneira que deveria conduzir as situações do dia a dia. Refletia muito e tentava entender porque ele agia da forma que agia. Se vivenciava atitudes violentas em casa, se seus pais não lhe ensinavam os valores morais, se ele fazia isso como forma de chamar a minha atenção pelo fato de sentir-se carente, não sei, nunca descobri o porque de suas atitudes.
Alunos como o exemplo que dei e atitudes violentas, por parte dos alunos, como forma de resolução de questões desagradáveis, tem sido mais constantemente percebidas em nossas escolas. Muitos professores acreditam que, pelo fato dos alunos viverem na “vila” e, que geralmente esta costuma ser violenta, tornam-se violentos. Segundo Piaget, esta crença está ligada a uma concepção de que o ambiente imprime na pessoa o modo de ser e de se comportar. Outros professores, defendem a idéia de que, se os pais são violentos, a criança também será. Esta crença está relacionada com uma concepção de que a pessoa traz consigo geneticamente as características de sua personalidade, não havendo possibilidades de mudança. Ou seja, os primeiros defendem a concepção empirista, acreditando que há uma pressão das coisas sobre o espírito e considerando a experiência como algo que se impõe por si mesmo e os demais, defendem uma concepção inatista, que considera que o conhecimento é concebido como algo que mergulha suas raízes no sistema nervoso, na estrutura pré-formada do organismo.
Segundo conclusões de Piaget em suas pesquisas, o espírito evolui do fenomenismo, que se situa a meio caminho entre o corpo e o meio externo, até à experimentação ativa, que penetra no interior das coisas, descartando a concepção empirista e inatista como explicações da construção do conhecimento nas pessoas.
Com base em Piaget, podemos dizer que a criança na fase entre 7 e 10 anos está construindo as noções de responsabilidade, solidariedade, justiça e intencionalidade. E é fundamental que durante esta fase, os professores estejam atentos para auxiliarem as crianças a refletirem sobre as diferentes situações vivenciadas na escola.
Hoje, vejo este meu aluno com um olhar diferente. Sua maneira de agir era fruto das características da fase em que estava passando, de construção da autonomia. E que os diálogos que tinha com ele, quando algo acontecia, não tinham tanto significado, embora me esforça-se, tentando explicar, dar exemplos, do que era certo ou errado e das consequências de tudo isso, quanto os exemplos, a vivência e as experiências nada positivas que ele tinha com a família, uma mãe com problemas psicológicos e um pai presidiário. Pois, segundo o texto, a vivência, a experimentação e interação de valores, tem muito mais significado que a imposição do que é certo e errado, através da autoridade do professor.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Índios

Segundo os dicionários da língua portuguesa, a palavra índio significa natural de um lugar ou nativo. É também o nome dado aos primeiros habitantes nativos do continente americano, apesar desta denominação ser apenas o resultado na verdade, de um erro náutico, pois, em 1492, quando o navegador Cristóvão Colombo, partiu da Espanha rumo às Índias, a frota ficou à deriva por muitos dias até alcançar uma região continental que Colombo imaginou que fossem as Índias, mas que na verdade era o atual continente americano, apelidando o povo que encontrou de “índios” ou “indígenas”. Sendo assim, podemos dizer que, na verdade, não existe nenhum povo, tribo ou clã com a denominação de índio, cada “índio” pertence a um povo, a uma etnia identificada por uma denominação própria.
Guarani, Yanomami, dentre outros povos, “denominados indígenas”, são historicamente distintos e rivais, cada um constituindo uma sociedade única, organizada a partir de uma cosmologia própria, que com o passar do tempo e o surgimento do movimento indígena, chegaram à conclusão da importância de manter a denominação “índio” ou “indígena”, pelo fato desta, unir, articular e fortalecer esses povos, cansados de serem alvos de preconceitos.
Antes disso, a denominação de índio ou indígena era negada pelos povos indígenas por ser pejorativa e desqualificadora, e as identidades étnicas particulares também eram negadas ou reprimidas, por isso, muitos índios negavam suas identidades e suas origens.
Hoje em dia, os índios se orgulham de serem nativos, originários, portadores de uma civilização própria e de pertencerem a uma ancestralidade particular. Eles vivem um momento especial, após anos de massacre, escravidão, dominação e repressão cultural e respirando um ar menos repressivo, resgatam suas culturas e tradições.

Autismo

O termo autismo vem do grego “autós” que significa “de si mesmo”.
Em 1906, Plouller introduziu o termo autista na literatura psiquiátrica, mas foi Bleuler, em 1911, o primeiro a difundir o termo autismo para referir-se ao quadro de esquizofrenia, que consiste na limitação das relações humanas e com o mundo externo. Em 1943, o psiquiatra americano Leo Kanner, que trabalhava em Baltimore, nos Estados Unidos, descreveu um grupo de onze casos clínicos de crianças em sua publicação intitulada “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”. As crianças investigadas por Kanner apresentavam inabilidade para se relacionarem com outras pessoas e situações desde o início da vida (extremo isolamento), falha no uso da linguagem para comunicação e desejo obsessivo ansioso para a manutenção da mesmice.
O Autismo é um transtorno do desenvolvimento e quem o possui apresenta, em muitos quadros, quociente de inteligência abaixo da média. Os sintomas variam amplamente e manifestam-se de diversas formas, variando do mais leve ao mais alto comprometimento: na diminuição no uso de comportamentos não-verbais como contato ocular, expressão facial, postura corporal e gestos para interagir socialmente; através da dificuldade em desenvolver relações de companheirismo; no atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem oral, sem ocorrência de tentativas ou modos alternativos de comunicação, como gestos ou mímicas; através de padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades, manifestados por obsessão por atitudes ou objetos específicos; na fidelidade aparentemente inflexível a rotinas ou rituais; em hábitos motores repetitivos, dentre outras manifestações.
A identificação deste transtorno é um processo demorado e que muitas vezes passa por uma série de diagnósticos errôneos, pelo fato de ser confundido com outras síndromes ou com outros transtornos globais do desenvolvimento, pelo fato de não ser diagnosticado através de exames laboratoriais ou de imagem, por não haver marcador biológico que o caracterize, nem necessariamente aspectos sindrômicos morfológicos específicos.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Escola na perspectiva de uma EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A Declaração de Salamanca, considerada mundialmente um dos mais importantes documentos que visam a inclusão social, que trata dos Princípios, Política e Prática em Educação Especial, traz-nos a seguinte mensagem: “A educação na perspectiva escolar é uma questão de direitos humanos, e os indivíduos com deficiências devem fazer parte das escolas, as quais devem modificar seu funcionamento para incluir todos os alunos.”
Mas, o que caracteriza essa mudança ? Como deve ser a escola nessa perspectiva ?
Apresento alguns pontos, para iniciar a reflexão:
1. Para a escola ser inclusiva, ela deve primeiramente partir do princípio de que todo aluno aprende, independente de suas necessidades especiais.
2. O cotidiano escolar deve envolver mais atividades cooperativas que competitivas.
3. A escola deve proporcionar ambientes adequados: sala de recursos, corrimão para os cegos, livros em braile, entre outros infinitos materiais de apoio existentes atualmente.
4. Sentimentos como respeito, solidariedade, cooperação e compreensão devem fazer parte do cotidiano.
5. Momentos de trocas, onde os professores auxiliam uns aos outros mutuamente, a partir de questões comuns são fundamentais.
6. Oportunidades de aperfeiçoamento para os educadores.
7. Adoção de abordagens de ensino variadas, para que seja possível trabalhar com alunos com diferentes níveis de desempenho.
8. Investimento em tecnologia para dar apoio.
9. A escola deve estimular os alunos com necessidades educacionais especiais a participarem plenamente das atividades, inclusive das atividades extracurriculares.
10. Deve considerar os pais dos alunos como parte plena da comunidade escolar, aceitando sugestões e a sua participação;
11. Deve proporcionar aos alunos com necessidades educacionais especiais um currículo escolar pleno e flexível sujeito a mudanças caso seja necessário.

Ao contrário dos pontos positivos elencados, gostaria de colocar pontos negativos que devem ser evitados ao máximo:
1. Atitudes negativas em relação à deficiência.
2. Invisibilidade na comunidade das crianças com deficiência que não freqüentam a escola.
3. Barreiras físicas, dificuldades de acesso.
4. Discriminação por gênero.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Alternativas !!!






Trabalhar com alunos portadores de necessidades educacionais especiais exige certos conhecimentos por parte dos professores, bem como muita criatividade, certas adaptações e alternativas para que o aluno realize o que deseja ou precisa.

Existem muitos produtos, instrumentos e equipamentos ou tecnologias adaptados ou especialmente projetados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, que favorecem a autonomia pessoal, total ou assistida. Um aluno com deficiência física, por exemplo, para realizar uma atividade de recorte, precisará de uma tesoura diferente para que ele possa manejá-la com a habilidade que possui. Caso ele necessite de auxílio, o professor pode propor uma alteração da atividade para que ele sinta-se capaz de realizar a atividade.

O professor pode em sala de aula, se deparar com outro problema: no manejo do lápis, giz de cera ou pincel, por exemplo, que exigem uma habilidade motora fina. Essa pode parecer muito complicada para certos alunos e o professor poderá utilizar como alternativas as seguintes idéias: utilização de um engrossador para o lápis/pincel ou um arame revestido onde os dedos e a caneta são encaixados “aranha-mola”.

É importante que o professor valorize o jeito de fazer de cada aluno e aumente as capacidades de ação e interação a partir das habilidades de cada um. Fundamental também, é que os educadores nunca deixem de atualizar-se e uma boa dica é dar uma olhadinha no texto Atendimento Educacional Especializado - Deficiência Física, de Carolina R. Schirmer, Nádia Browning, Rita Bersch e Rosângela Machado, que traz várias dicas de materiais escolares e pedagógicos que podem ser utilizados dentre outras sugestões que podem fazer os educadores refletirem e construirem um saber e uma prática sobre o atendimento educacional especial destinado aos alunos com deficiência.

domingo, 17 de maio de 2009

Existe relação entre EDUCAÇÃO, CIVILIZAÇÃO E BARBÁRIE ?



AS DUAS FACES DA EDUCAÇÃO


Ler o ensaio do filósofo alemão Theodor Adorno (1903 - 1969) intitulado Educação após Auschwitz me fez rever algumas questões ! Se precisasse há algum tempo atrás estabelecer uma relação entre educação, civilização e barbárie, sem dúvida alguma, afirmaria que a barbárie é o resultado da falta de educação, mas, não me atrevo mais a apresentar a idéia desta forma !
Hoje, posso afirmar e argumentar que a barbárie não é o resultado da falta de educação ! Há poucos dias atrás, através de investigações realizadas para desvendar um crime, que resultou em duas mortes, descortinou-se uma rede organizada de nazistas no País, com ramificações em vários estados e conexões com outros países. E o que mais me espanta é o fato desta rede ser formada por pessoas com boa formação intelectual, pois, a exigência é tão grande que, para ser admitido na facção, o candidato precisa passar por uma rigorosa prova, realizada pelo computador, em um documento composto por várias perguntas dissertativas. Então pergunto: Para a elaboração de um plano tão detalhado como o “Neuland”, apresentado por Barollo aos seus seguidores em setembro de 2008: eleger vereadores e o prefeito de uma localidade até bem próxima de nós, em Santa Catarina, tomar os Estados do Sul e São Paulo, num movimento separatista objetivando a criação de um novo país, fechar as fronteiras aos imigrantes. Uma pessoa pouco esclarecida, teria a capacidade de elaborar um plano desses? E de participar deste grupo? Os adoradores desta ideologia são pessoas sem educação? Não foram pessoas tituladas e diplomadas, que projetaram o sistema ferroviário para conduzir as vítimas a Auschwitz, por exemplo?
Desta forma, penso que a educação tem duas faces: podemos utilizá-la para o bem ou para o mal, e isso tudo depende do estado de consciência e inconsciência dos homens.
E tem mais ! Nós, educadores, acadêmicos, pensadores, e principalmente seres conscientes, temos responsabilidade social diante de tudo isso! E precisamos educar no sentido da auto-reflexão crítica e nos dedicar à tarefa de esclarecer, para que não ocorra o mesmo que há bem pouco tempo atrás ocorreu em Auschwitz, pois há sim uma relação entre educação, civilização e barbárie, só depende do estado de consciência do ser humano !

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ensino Religioso
















Aulas de Ensino Religioso

Uma das atividades solicitadas na interdisciplina Desenvolvimento e Aprendizagem Sob o Enfoque da Psicologia II, foi a elaboração de um Plano de Aula. Elaborei, em conjunto com minha colega, um plano de aula cujo tema é a Páscoa. Decidimos por este assunto, pelo fato de, além de serem uma exigência do currículo escolar, são muito criticadas e saímos em defesa, pois acreditamos que as datas comemorativas podem sim levar o aluno a desenvolver sua criatividade e potencialidades múltiplas.

Após análise de nossa atividade, recebemos um comentário em nossos webfólios que questionava a respeito do possível desinteresse, por parte dos alunos, pelo fato de não terem uma formação religiosa judaica/cristã

Penso que, o ensino religioso sempre foi um tema que suscitou grandes debates e discussões. Tudo depende da maneira que as atividades são conduzidas. Deve-se levar muito em consideração, os valores que cada um traz, a vontade do aluno, sua religião e suas crenças. O Ensino Religioso é parte integrante da educação básica do cidadão e os professores precisam ter certos cuidados para não apresentarem a disciplina com caráter que esteja vinculado aos interesses de um ou outro grupo religioso.



terça-feira, 7 de abril de 2009

A aprendizagem precisa ser significativa...


Para a realização de uma tarefa da interdisciplina de Psicologia, precisei refletir sobre alguma aprendizagem que tinha construído. Então lembrei-me de um Projeto que estava trabalhando na Prefeitura, meu local de trabalho, das dificuldades que surgiram e da necessidade de aprender algo novo para a execução de tal tarefa !
Era necessário que eu realizasse cálculos e utilizasse fórmulas no software Excel. Trabalho há algum tempo com este software, porém, não sabia como executar fórmulas e realizar cálculos. Como era fundamental para a concretização de minha tarefa, precisei aprender ! Sempre foi uma vontade minha aprender a trabalhar com fórmulas e cálculos no Excel mas, devido a falta de tempo e como não havia me deparado com a necessidade de realizar tal tarefa, essa aprendizagem não era considerada uma prioridade. No dia em que passou a ser vista como tal, tentei aprender sozinha, realizando algumas simulações e experiências, com os dados que possuía, rabiscando algumas possíveis fórmulas, não atingindo o sucesso ! Frente às dificuldades, à necessidade de aprender, e de realizar a tarefa, resolvi solicitar o auxílio de uma colega de trabalho, que por sorte, dominava o assunto e me ensinou rapidamente, demonstrando como deveria realizar o processo, para isto, utilizando os dados que eu tinha, minhas planilhas, enfim, realizando uma demonstração, a partir dos dados que eu possuía, os quais precisava criar as devidas fórmulas para obter os tais resultados necessários para a execução da tabela que precisava entregar. Com as explicações, raciocinando junto com minha colega, criando as fórmulas com seu auxílio, assimilei a maneira de realizar a tarefa, criei algumas simulações, treinei com elas e percebi que aprendi a realizar a tarefa necessária para a conclusão de meu trabalho. Fiquei muito feliz, pois aprendi algo novo que além de necessitar, tinha muito interesse em aprender. Me senti muito envolvida durante o processo de aprendizagem ! Claro que me senti um pouco chateada, pois, queria aprender sozinha, tentei me desafiar, criando simulações, experimentando, não obtendo êxito. Neste caso, a aprendizagem precisou ser cooperativa, implicando a interação e a ajuda mútua de minha colega de trabalho, possibilitando a resolução de problemas que eram complexos para mim, de forma mais eficaz e elaborada ! É importante ressaltar que, esta aprendizagem foi considerada fácil e rápida, pelo fato de já possuir conhecimentos referente ao software Excel, estes me serviram de base para a nova aprendizagem, pois, os conhecimentos anteriores que um indivíduo possui sobre um assunto, podem condicionar a aprendizagem. Há conhecimentos, aprendizagens prévias, que, se não tiverem sido concretizadas, não permitem a possibilidade de se aprender. Uma nova aprendizagem só se concretiza quando o material novo se incorpora, se relaciona, com os conhecimentos e saberes que se possui.
Para mim, assim deve ser a aprendizagem ! Ela precisa ser significativa. O sujeito precisa estar intimamente envolvido ! Aprende-se melhor e mais depressa se houver interesse pelo assunto que se está a estudar. Motivado, um indivíduo se empenha no processo de aprendizagem e aprende melhor.
Acredito que se o sujeito traz consigo algum conhecimento anterior, fica mais fácil para ele assimilar o novo e qualificar ainda mais a sua “bagagem”.

Identificando Epistemologias





Penso que “Conhecimento” são os resultados de nossas aprendizagens, de nossas experiências. São dados, conceitos, habilidades, enfim, todas as informações que ficam “armazenadas” em nossa mente. O conhecimento pode ser transmitido pelo professor, através do meio ambiente, do ambiente familiar, e que assim como o professor transmite novos conhecimentos aos alunos, ele também aprende durante esse processo. O aluno traz consigo algum conhecimento, resultado de suas experiências anteriores, que estão armazenadas. Não concordo com a idéia de que o aluno é como uma “tábula rasa”. Ele traz um saber, que através de ações, experiências, diálogos, problematizações, provocações, entre outros processos irá trazer à consciência e aprimorá-los, e consequentemente, mais tarde, esses conhecimentos aprimorados, servirão de base para novos conhecimentos e assim sucessivamente.
Penso que a todo momento estamos aprendendo. Em casa, no trabalho, na escola, com o amigo, lendo um jornal. A aprendizagem pode ocorrer a qualquer momento, em qualquer lugar, desde que o objeto ou conteúdo de aprendizagem seja interessante e desperte o interesse do aprendiz ! Podemos aprender observando o outro, ouvindo o outro e até mesmo sozinhos !
Desta forma, acredito que o ensino na escola deveria ser de maneira prazerosa, envolvente. A aprendizagem precisa ser significativa. Aprendemos muito mais facilmente quando nos vemos envolvidos no objeto de estudo, quando achamos que há necessidade de aprender o que está sendo disponibilizado. O ensino deve ser ofertado nas escolas partindo das necessidades de cada indivíduo, dos seus interesses, respeitando suas limitações. É necessário que o espaço de aprendizagem seja pensado, planejado ! É necessário levar em consideração que tipo de aluno se quer, que tipo de cidadão se deseja formar. É importante perceber que o desenvolvimento do mesmo deve centrar-se no desenvolvimento de suas competências e habilidades, que ele aprenda o que lhe parece importante e/ou interessante. Sendo assim, penso que a educação não pode mais ser centrada em conteúdos disciplinares, e sim deve ser centrada no desenvolvimento de competências e habilidades. A educação precisa ser centrada na aprendizagem e não no ensino. Precisa estar centrada no aluno, e não no professor.

A importância de respeitar os valores de cada um





A importância de respeitar os valores de cada um

Na interdisciplina de Filosofia, fomos convidados à uma reflexão:


Um antropólogo francês, chega numa ilha de um arquipélago na Polinésia, com o intuito de pesquisar os hábitos dos nativos que lá habitam. Como todos sabem, cada um tem seus costumes, desta forma, para cumprir sua missão, o antropólogo toma bastante cuidado para não julgar o modo como estes nativos vivem, porque tal avaliação sempre seria parcial, levando em consideração que toda avaliação está condicionada pela cultura do avaliador.
Porém, o antropólogo é surpreendido pelos nativos uma vez que estes tem uma crença de que “os mensageiros dos deuses são homens de pele branca, seres que expressam a vontade absoluta dos deuses – tudo o que disserem deverá ser obedecido.” Ao ser questionado pelos nativos, se ele é um desses mensageiros, uma vez que sua pele é branca, para não influenciar nos costumes dos mesmos, ele confirma ser um mensageiro, porém em seguida surge uma pergunta ainda mais difícil: “todos os homens brancos são mensageiros dos deuses, ou as nossas crenças estão erradas?” Surpreendido novamente, o antropólogo reflete: se responder positivamente estará deixando os nativos vulneráveis aos seus conterrâneos inescrupulosos que fatalmente descobrirão a ilha. Mesmo assim, responde de acordo com a cultura dos nativos: “sim, todos os homens brancos são mensageiros dos deuses”.
Refletindo um pouco sobre esta pequena história, o antropólogo não poderia contestá-los pois, além, de ser muito difícil juntar argumentos suficientes para fazê-los acreditarem nele, isso também geraria um profundo conflito, colocando em dúvida todas as crenças, cultura, valores daquele povo, bem como estaria interferindo na cultura e no modo de viver daquele povo, traindo seu objetivo inicial, que era apenas pesquisar os hábitos daquele povo.
Trazendo essa história para o nosso dia a dia, se pararmos para “perceber”, as crenças existentes no mundo, como elas diferem das nossas ! A vida que os indianos levam, por exemplo, tão divulgada na novela da Globo: castas, Brahma, Shiva, Vishnu, casamentos arranjados, enfim...que direito temos de julgar o que é certo ou errado ? Quem nos garante que nós é que estamos certos ?

quarta-feira, 25 de março de 2009

História, deficiências, avanços e obstáculos !!!


Durante este semestre, uma das interdisciplinas que teremos falará sobre Educação Especial. Para o desenvolvimento da primeira atividade proposta, tivemos que assistir a um vídeo no youtube que apresentava uma espécie de mundo adaptado para pessoas com necessidades especiais, deficientes físicos. O vídeo me fez refletir muito, pois, me vi naquele mundo e me senti totalmente perdida, então, imaginei que é desta forma que as pessoas com necessidades especiais se sentem em nosso dia-a-dia, pois, o mundo real não está levando em consideração as pessoas com necessidades especiais. As calçadas, ruas e meios de transporte não são totalmente adaptadas aos portadores de deficiências. Em relação aos equipamentos públicos: supermercados, bancos, etc...não podemos dizer que a maioria possui funcionários treinados para atenderem à pessoas que necessitam de um atendimento especial (surdos, mudos). Nossas bibliotecas, possuem poucos livros para deficientes visuais.
Se fizermos uma retrospectiva histórica, perceberemos que muitos foram os fatos e acontecimentos que levaram as conquistas alcançadas pelos indivíduos que apresentam necessidades educacionais especiais. Inicialmente, os deficientes eram negligenciados, abandonados, perseguidos, eliminados e havia uma total ausência de atendimento. Na era cristã, o tratamento variava segundo as concepções de caridade ou castigo predominantes na comunidade em que o deficiente estava inserido. Num outro momento da história, os indivíduos que apresentavam deficiências, eram protegidos. Mais tarde, surgiram escolas e/ou classes especiais que visavam oferecer à pessoa deficiente uma educação à parte. E num outro momento, surge um movimento de integração social dos indivíduos que apresentavam deficiência, cujo objetivo era integrá-los em ambientes escolares, o mais próximo possível daqueles oferecidos à pessoa normal.
Analisando esses momentos da história, podemos dizer que tivemos avanços, entretanto, o atendimento às necessidades específicas das pessoas, garantido em lei, está longe de ser alcançado !

sábado, 21 de março de 2009

Expectativas !!!




Então, o período de férias se foi e novamente iniciamos um semestre letivo. Neste semestre teremos as seguintes interdisciplinas: Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia II, Educação de pessoas com necessidades educacionais especiais, Filosofia da Educação, Questões étnico-raciais na educação: sociologia e história e Seminário Integrador VI. Muitas serão as trocas, experiências e aprendizagens.
Acredito que a interdisciplina de Desenvolvimento e aprendizagem sob o enfoque da Psicologia, nos trará subsídios sobre o processo de aprendizagem.
Já em relação à interdisciplina de Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais, acredito que trataremos sobre às práticas corretas com pessoas portadoras de deficiência e com necessidades educativas especiais, bem como os tipos de deficiências.
Acredito que a interdisciplina de Filosofia da Educação vai exigir bastante de mim. Acho que desenvolveremos atividades de reflexão que entrarão no nosso íntimo. E isso apesar de incomodar um pouco, faz bem para o EU de cada ser.
Na interdisciplina de Questões étnico-raciais na educação: sociologia e história, pelo que percebi na apresentação da interdisciplina, poderei fazer ganchos com o conhecimento adquirido e as experiências desenvolvidas na interdisciplina de Filosofia. Trataremos sobre questões de nossos ancestrais, um pouco de história, enfim, um assunto gostoso de ser tratado !
Espero que na interdisciplina de Seminário Integrador VI, eu consiga entender um pouco mais sobre Projeto Aprendizagem e que durante este semestre tenhamos a oportunidade de mudar o “tema” da questão do P.A., pois não me sinto motivada com o assunto que escolhemos. E tenho até um assunto em mente, o qual já estou pesquisando, “Mensagens Subliminares”. O trabalho apresentado pela Kelli, sobre “Violência sexual contra menores: como evitar ou reparar esse mal ?” me incentivou bastante. Saí da aula inicial com vontade de iniciar o meu P.A.
Resumindo, este semestre promete ! E já está mostrando isso, pois, andei dando uma olhadinha nas tarefas iniciais e achei-as bastante interessantes. A atividade I da interdisciplina de Filosofia da Educação, que trata sobre argumentação, me deixou muito inquieta. Iniciei os trabalhos e não me sinto satisfeita com o resultado da tarefa, o que me impediu de postá-la. Quero poder pensar novamente na questão toda.

terça-feira, 17 de março de 2009

Volta às aulas !

Aprendizagens significativas - 2008/2

Durante o segundo semestre de 2008, muitas foram as experiências e aprendizagens.

Gostaria de destacar a conclusão que obtive a partir de uma ampla reflexão que fiz acerca da escola: como instituição pública, sua organização e gestão; como espaço de convívio, conflitos e desafios e como espaço de aprendizagens, descobertas e inovações.

Para a escola cumprir sua tarefa, bem como para atingirmos uma educação com qualidade, além da necessidade de implementação de processos e práticas coletivas na sua organização, o desenvolvimento do processo de Gestão Democrática, a utilização de ferramentas norteadoras como o Projeto Político Pedagógico e o Regimento Escolar, bem como a cooperação das famílias, também se faz necessário que haja uma reflexão sobre a política educacional, a valorização do magistério, bem como a conscientização dos educadores de que através da metodologia de Projetos de Aprendizagem, promoveremos o aprendizado profundo, através de um enfoque baseado em indagações para engajar os alunos com questões e conflitos que sejam ricos, reais e relevantes a suas vidas, abolindo técnicas tradicionais, e reduzindo a supervalorização do pensamento formal.



segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Breve comentário sobre a Pedagogia de Projetos de Aprendizagem !!!

A “Pedagogia de Projetos”, concebida pelo filósofo e educador americano John Dewey, muito difundida no Brasil por Miguel Arroyo, defende a idéia de que os alunos devem ser orientados à investigação. O professor deve proporcionar aos seus alunos o prazer da descoberta, através da pesquisa e do esforço. O professor não deve dar a resposta pronta, ou a solução aos problemas encontrados pelos alunos, mas orientá-los a investigar. Em todo o processo de aprendizagem, o aluno deve ser colocado no centro. “A criança tem paixão inata pela descoberta e por isso convém não lhe dar a resposta ao que não sabe, nem a solução pronta a seus problemas; é fundamental alimentar-lhe a curiosidade, motivá-la a descobrir saídas, orientá-la na investigação até conseguir o que deseja”. Desta forma, através da pedagogia de projetos de aprendizagem, podemos evitar que a imaginação do educando fique de lado, como nas metodologias tradicionais, onde a aprendizagem se torna algo passivo, verbal, teórico.
Além disso, através da pedagogia de projetos de aprendizagem, podemos restabelecer um vínculo entre a aprendizagem que acontece na escola e a vida do educando, pois os projetos que eles escolhem ou sugerem, partem, inevitavelmente, de questões relacionadas à sua vida e à sua experiência que lhes parecem importantes e sobre as quais eles se interessam em aprender mais.
Enfim, a pedagogia de projetos de aprendizagem, é uma proposta de intervenção pedagógica que dá a atividade de aprender um sentido novo, onde as necessidades de aprendizagem aparecem nas tentativas de resolver situações problemáticas.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

AS OITO IDADES DO HOMEM, segundo Erik Erikson

Outro assunto muito interessante que foi abordado durante o semestre e que merece destaque: AS OITO IDADES DO HOMEM, segundo Erik Erikson
Na concepção de Erikson, os principais estágios do ciclo da vida são:

CONFIANÇA x DESCONFIANÇA - Primeiro estágio, corresponde ao estágio oral da teoria psicanalítica clássica e, em geral, transcorre durante o primeiro ano de vida.

AUTONOMIA x DÚVIDA - Este segundo estágio, abrange o segundo e o terceiro anos de vida. Na teoria freudiana é conhecido como estágio anal. Erikson entende que neste período surge a autonomia, desenvolvida através de novas habilidades motoras e mentais da criança.

INICIATIVA x CULPA - Nesse terceiro estágio, que abrange de 4 a 5 anos de idade, a criança é praticamente, dona de seu corpo, pois pode iniciar atividades motoras de vários tipos, por conta própria. O mesmo prevalece quanto à linguagem e atividades imaginárias. Segundo, Erikson a dimensão social que surge neste estágio tem em um dos pólos a iniciativa e, no outro, a culpa.

INDÚSTRIA x INFERIORIDADE - Erikson defende a idéia de que entre os 6 e 11 anos de idade, o ser humano passa pelo quarto estágio, descritos na psicanálise clássica como fase de latência. É o tempo em que o amor da criança pelo pai ou pela mãe (do sexo oposto ao seu) e a rivalidade com o do mesmo sexo, ficam em repouso. É, também, o período em que a criança torna-se capaz de raciocínio dedutivo e de brincar e aprender por regras. Erikson, afirma que, a dimensão psicossocial que emerge durante este período, tem, num extremo, o bom senso de indústria e, no outro, o senso de inferioridade.

IDENTIDADE x CONFUSÃO DE PAPÉIS - Para Erikson, esta fase compreende o período entre os 12 aos 18 anos. É a fase onde o adolescente desenvolve uma infinidade de novos meios de entender o mundo e de pensar a respeito dele. Neste período, segundo a teoria psicanalítica tradicional, ocorre um re-despertar do problema do “romance familiar” da primeira infância e a maneira que o adolescente encontra para resolver este problema é procurar e encontrar um parceiro romântico de sua própria geração. Erikson não discorda desta teoria, porém, alerta para outros fatos que surgem neste momento da vida.

INTIMIDADE x ISOLAMENTO - O sexto estágio do ciclo vital é o início da maturidade, aproximadamente o período do namoro e começo da vida familiar. Para Erikson, a aquisição prévia de um senso de identidade pessoal e a dedicação a um trabalho produtivo, que assinalam este período, dão origem a uma nova dimensão interpessoal de intimidade, num extremo e de isolamento, no outro.

GENERATIVIDADE x ABSORÇÃO EM SI MESMO - Este sétimo estágio compreende a meia idade ou, aproximadamente, o período em que as crianças se tornam adolescentes e os pais já estão fixados no trabalho e/ou profissão. Erikson acredita que o ser humano nesta fase da vida traz consigo o potencial de uma nova dimensão, com a “generatividade” num extremo ou a “absorção em si mesmo” e a estagnação, no outro.

INTEGRIDADE x DESESPERO - O último estágio no esquema eriksoniano corresponde ao período em que os principais esforços do indivíduo aproximam-se do fim e há tempo para a reflexão - e para o desfrute dos netos, quando existem. A dimensão psicossocial que ganha destaque durante esta fase, tem a integridade num extremo e o senso de desespero, no outro.

Apesar do reconhecimento amplo e internacional da contribuição de Erikson à psiquiatria, psicologia, educação e serviço social, nem todas as suas formulações foram aceitas sem críticas.

Transformações na convivência segundo Maturana

Este interessante tema foi tratado durante o semestre na interdisciplina de Psicologia da vida adulta. Na época, não consegui escrever e postar no blog, agora, com mais tempo gostaria de comentar o seguinte :

Concordo com Maturana quando ele afirma que o conhecimento se dá no momento em que estamos interagindo no mundo, pois acredito que na medida que vamos interagindo, vamos experienciando e logo, aprendendo, tirando nossas conclusões ! Pelo fato de sermos seres autônomos não nos limitamos a receber passivamente informações vindas de fora, “vivemos no conhecimento e conhecemos no viver”.

Segundo o autor, estamos implicados em todas nossas relações: o conhecimento se dá no momento que estamos interagindo no mundo, ou seja, o observador faz surgir um mundo em sua própria ação de distinção; os seres vivos são autônomos e auto-produtores, capazes de produzir seus próprios componentes ao interagir com o meio: vivem no conhecimento e conhecem no viver; e não há descontinuidade entre o social, o humano e suas raízes biológicas.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Dimensões do PPP

Apesar de cada escola ter suas particularidades, desta forma, tendo que desenvolver seu PPP a partir de sua própria realidade, existem dimensões e princípios que devem ser levados em consideração no processo de elaboração:

Pedagógica: Diz respeito ao trabalho da escola como um todo em sua finalidade primeira e a todas as atividades desenvolvidas tanto dentro quanto fora da sala de aula.
Proposta curricular (objetivos, conteúdos, metodologias de ensino e processos de avaliação.)
Dados sobre repetência escolar, evasão e relação série/idade.
Definição de estratégias para recuperação dos alunos com baixo rendimento escolar.
Valorização dos profissionais

Administrativa: Refere-se àqueles aspectos gerais de organização da escola.
Gerenciamento do quadro de pessoal
Patrimônio
Aspectos físicos e materiais (didáticos)
Nível de organização, qualificação e atualização dos professores

Financeira: Relaciona-se às questões gerais de captação e aplicação de recursos financeiros .
Recursos financeiros disponíveis (recebidos ou obtidos pela própria escola).
Formas de aplicação das verbas

Jurídica: Retrata a legalidade das ações e a relação da escola com outras instâncias e instituições do meio no qual está inserida.
Relação que a escola estabelece com a sociedade e as várias esferas do sistema de ensino.
Autonomia da escola sem ferir os princípios de legalidade e responsabilidade, observando o disposto na Constituição Federal e na LDB em relação à educação.