terça-feira, 20 de outubro de 2009

Projetos de Aprendizagem

Fomentar que os alunos tenham o hábito de fazer perguntas faz com que eles busquem explicações para os problemas que se colocam e desafia-os a desenvolverem processos de interação nos quais as trocas de experiências e de idéias abrem novas possibilidades de questionar e de compreender o mundo, além disso, estaremos desenvolvendo em nossos alunos a autonomia. Tudo isso podemos contemplar, trabalhando através de Projetos de Aprendizagem. Além do mais, desta forma os alunos estarão trabalhando com assuntos do seu interesse e trabalhando interdisciplinariamente na busca de responder a uma questão. E como a aproximação se faz por grupos de interesse, não por afinidade, os alunos acabam convivendo com as diferenças. O trabalho coletivo significa a participação de todos, a troca de experiências, o que exigirá o respeito de um para com o outro.
O P.A. Tem um ponto de partida que se constrói sobre o
conhecimento prévio dos envolvidos e na medida que ele vai sendo desenvolvido, novas porções de conhecimento vão sendo produzidas. O trabalho com PA é um processo complexo de idas e vindas entre o que eu penso que sei, o que me falta saber, o quê e onde buscar, que
informações são importantes e o que elas me dizem. Durante o processo, as certezas podem tornar-se dúvidas e as dúvidas certezas. O interessante é que isso tudo torna esse processo provocativo, fazendo com que os alunos soltem a imaginação e a inteligência, criem e construam o
novo, reconstruindo, na medida em que vão entendendo a relatividade do
produzido! Através do PA comprovaremos as certezas e esclareceremos as dúvidas. A questão de investigação precisa ser norteadora, clara. É a natureza da questão que levantamos que determina o que precisamos
buscar, o que investigar. Penso que ela não precisa ser tão objetiva a ponto de restringir a investigação, nem tão ampla que corra o risco de perdermos o caminho. Podemos abranger o P.A. através das certezas e dúvidas.

Alfabetização e métodos

Para a interdisciplina de Linguagem e Educação, realizei a leitura do texto “NÃO HÁ COMO ALFABETIZAR SEM MÉTODO?” de Iole Maria Faviero Trindade. O texto faz com que a reflexão realmente aconteça e vale à pena dar uma conferida nesse material. A autora levanta vários questionamentos e provocações à respeito da alfabetização sendo que a questão norteadora que intitula o texto é trazida inclusive de outra forma no desenrolar do texto: “há como alfabetizar e letrar sem o uso de um método ou de uma metodologia que explore concomitantemente a aquisição da língua escrita e seus usos?”, questão essa que dá origem a diversas outras questões. As questões são trazidas pela autora através de uma maneira gostosa de ler, provocando muitas reflexões sobre as práticas de alfabetização e alfabetismos das quais nós e nossos alunos participamos cotidianamente.
A autora fala sobre o “novo” movimento de pedagogização de práticas e eventos de leitura e escrita, como os textos da literatura infanto-juvenil e outros portadores de texto como cartas, receitas, jornais, anúncios, que surgiram com o passar dos anos, substituindo as famosas cartilhas e outras obras didáticas utilizadas no passado.
Segundo a autora, “não há como alfabetizar sem método” e que nós, professores, precisamos ter uma didática que acolha a pluralidade de discursos existentes, fazendo uso deles conforme necessidades de uma formação. A autora nos apresenta um método de alfabetização que valoriza algumas atividades que devem ser realizadas diariamente como: produção textual (individual e coletiva), leitura de textos, jogos, ditados e outras atividades de sistematização, todas essas fundamentais à aquisição e aos usos da leitura e da escrita.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sistema escolar e currículo integrado

Ao longo da história da escola, diferentes maneiras de planejar o ensino tem sido “experienciadas” em nossas escolas. Vocábulos como: “currículo transversal”, "interdisciplinariedade", "educação global", "centros de interesse", "metodologia de projetos", "globalização", parecem traduzir semelhantes filosofias que aparecem, desaparecem e reaparecem com uma certa freqüência. Parece-nos que esse vaivém, no fundo trata-se apenas do mesmo e eterno problema, que ainda não foi resolvido definitivamente: o da relevância do conhecimento escolar e a interdependência existente entre a esfera econômica e a educacional.
Para compreendermos as inovações, reformas, políticas e práticas educacionais é preciso compreender suas razões e os discursos aos quais elas se baseiam, pois elas estão intimamente relacionadas ao funcionamento dos sistemas de produção e distribuição no âmbito empresarial. Elas estão impregnadas de discursos, ideais e interesses gerados e compartilhados por outras esferas da vida econômica e social e cada modelo de produção e distribuição requer pessoas com determinadas capacidades, conhecimentos, habilidades e valores.
Infelizmente, ainda observamos escolas cuja organização dos currículos que reina é a do modelo linear disciplinar, forma de organização que presta insuficiente atenção aos interesses dos estudantes, à sua experiência prévia, seus níveis de compreensão, ritmos, relações pessoais entre estudantes e professores, tendo em vista o desmembramento das disciplinas, privilegiando o livro didático, ao invés de valorizar as prática e o conhecimento do aluno. O modelo linear disciplinar, resulta na falta de nexos entre as disciplinas e o decorrente esforço de memorização que tal fato acarreta, devido à falta de significação ao aluno pela visão individualizada do conteúdo e centrada nele. Infelizmente, conteúdos abstratos, desconexos, ainda são uma realidade, resultando em homens e mulheres pouco críticos e participativos, visto que seus resultados práticos contribuem para impedir a reflexão crítica sobre a realidade e a participação na vida comunitária. Os conteúdos abstratos, desconexos, não permitem aos alunos e alunas compreenderem a sociedade em que vivem. A interdisciplinariedade, em contrapartida, favorece o desenvolvimento de aptidões, tanto técnicas como sociais, que os ajudam em sua localização na comunidade de forma autônoma, crítica e solidária. Para que tal objetivo seja alcançado, há temas, questões e problemas que precisam ser trabalhados e que não se enquadram, na maioria das vezes, nas áreas de conhecimento tradicionais e, conseqüentemente, não fazem parte dos "currículos por disciplina" surgidos com a modernidade, sendo, pois, excluídos das salas de aula. A compartimentação da cultura em matérias, temas, prejudica o desenvolvimento do conhecimento ao contrário do que se supunha, que possibilitariam o aprofundamento de cada tema, que posteriormente seriam magicamente interligados na mente do aluno.
Vivemos a era do conhecimento, onde não basta operar máquinas como um braço extra de um mecanismo industrial, é preciso ter informação e atitude. E para que se tenha postura, é necessário que se ensine desde cedo a pensar, agir, interagir e principalmente, avaliar de maneira crítica e compreender o significado inerente a cada coisa.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Um pouco sobre P.A. 1ª Parte

Após a leitura do texto, “Revisitando os Projetos de Aprendizagem, em tempos de web 2.0”, de Iris Elisabeth Tempel Costa e Beatriz Corso Magdalena, gostaria de colocar algumas considerações importantes à respeito do trabalho com Projetos de Aprendizagem.
Desde pequeno, o ser humano observa o mundo e formula questões que o intrigam e através das experiências e interações, são produzidas respostas certas ou erradas que não são construídas ao acaso. Através da metodologia de projetos de aprendizagem podemos oferecer situações em que os alunos são instigados a seguirem fazendo perguntas e a buscarem explicações para os desafios e problemas que surgem, promovendo a troca de experiências, que sugerem novas possibilidades de questionar e de compreender o mundo ! Através desta metodologia, reunimos os alunos através de interesses comuns em torno de um fenômeno que querem entender. No desenvolver do projeto, o grupo levanta questões de investigação, busca, organiza e compara as informações encontradas, elabora e publica seus achados, socializando além do processo desenvolvido, os resultados alcançados, na medida em que o trabalho se desenvolve.
O projeto de aprendizagem inicia com a elaboração de uma questão de investigação, que será a questão norteadora, que determinará a atividade mental em certa
direção. Só buscamos respostas quando temos uma pergunta, só procuramos alguma
coisa quando sentimos necessidade e temos uma idéia acerca do que queremos

encontrar. É a natureza da questão que levantamos que determina o que precisamos
buscar, o que investigar. Penso que essa questão não precisa ser tão objetiva a ponto de restringir a investigação, nem tão ampla que corra o risco de perdermos o caminho !
Essa questão principal se desdobrará em certezas provisórias e dúvidas temporárias, que nos darão pistas sobre o conhecimento prévio
dos alunos e no decorrer do processo, poderão transformar-se, produzindo novas porções de conhecimento.

No desenvolver do P.A., os mapas conceituais também são elementos importantes e devem ser elaborados em diferentes etapas do estudo, pois, darão visibilidade à rede de significações construída e como ela se modificou, ampliou e aprofundou durante o processo.
É importante ressaltar que, no desenvolvimento do P.A., novas porções de conhecimento vão sendo produzidas, alterando os interesses, consequentemente mudanças e ajustes parciais que retomam ou refinam o
caminho (o foco) ou permitem identificar a necessidade de novas buscas por
informações e dados, talvez com outros recursos e estratégias surgirão. (continua)...