sábado, 6 de junho de 2009
Violência na Escola
Lendo o texto Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança, de Jaqueline Picetti, refletindo sobre a violência nas escolas, o processo moral e a nossa responsabilidade, como professores perante tudo isso, lembrei-me de várias situações vivenciadas na escola, mas, as que mais me significaram, foram as vivenciadas com um aluno de 8 anos, da 1ª série que tinha, em 2006. Ele era morador de vila, muito pobre, tinha um irmão mais velho e uma irmã ainda bebê. Ele era muito agressivo com todos, e não tinha o dia que não se metesse em confusão e ele agitava tanto as aulas, que quando faltava, era mais fácil desenvolver as atividades e o dia era muito mais tranquilo. Apesar dele transformar a minha vida e a de seus colegas, em um verdadeiro pesadelo, pois, nem eu, nem os colegas, sabiam mais como lidar com ele, tinha pena dele, além de um grande carinho e estudava suas atitudes e a maneira que deveria conduzir as situações do dia a dia. Refletia muito e tentava entender porque ele agia da forma que agia. Se vivenciava atitudes violentas em casa, se seus pais não lhe ensinavam os valores morais, se ele fazia isso como forma de chamar a minha atenção pelo fato de sentir-se carente, não sei, nunca descobri o porque de suas atitudes.
Alunos como o exemplo que dei e atitudes violentas, por parte dos alunos, como forma de resolução de questões desagradáveis, tem sido mais constantemente percebidas em nossas escolas. Muitos professores acreditam que, pelo fato dos alunos viverem na “vila” e, que geralmente esta costuma ser violenta, tornam-se violentos. Segundo Piaget, esta crença está ligada a uma concepção de que o ambiente imprime na pessoa o modo de ser e de se comportar. Outros professores, defendem a idéia de que, se os pais são violentos, a criança também será. Esta crença está relacionada com uma concepção de que a pessoa traz consigo geneticamente as características de sua personalidade, não havendo possibilidades de mudança. Ou seja, os primeiros defendem a concepção empirista, acreditando que há uma pressão das coisas sobre o espírito e considerando a experiência como algo que se impõe por si mesmo e os demais, defendem uma concepção inatista, que considera que o conhecimento é concebido como algo que mergulha suas raízes no sistema nervoso, na estrutura pré-formada do organismo.
Segundo conclusões de Piaget em suas pesquisas, o espírito evolui do fenomenismo, que se situa a meio caminho entre o corpo e o meio externo, até à experimentação ativa, que penetra no interior das coisas, descartando a concepção empirista e inatista como explicações da construção do conhecimento nas pessoas.
Com base em Piaget, podemos dizer que a criança na fase entre 7 e 10 anos está construindo as noções de responsabilidade, solidariedade, justiça e intencionalidade. E é fundamental que durante esta fase, os professores estejam atentos para auxiliarem as crianças a refletirem sobre as diferentes situações vivenciadas na escola.
Hoje, vejo este meu aluno com um olhar diferente. Sua maneira de agir era fruto das características da fase em que estava passando, de construção da autonomia. E que os diálogos que tinha com ele, quando algo acontecia, não tinham tanto significado, embora me esforça-se, tentando explicar, dar exemplos, do que era certo ou errado e das consequências de tudo isso, quanto os exemplos, a vivência e as experiências nada positivas que ele tinha com a família, uma mãe com problemas psicológicos e um pai presidiário. Pois, segundo o texto, a vivência, a experimentação e interação de valores, tem muito mais significado que a imposição do que é certo e errado, através da autoridade do professor.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Índios
Segundo os dicionários da língua portuguesa, a palavra índio significa natural de um lugar ou nativo. É também o nome dado aos primeiros habitantes nativos do continente americano, apesar desta denominação ser apenas o resultado na verdade, de um erro náutico, pois, em 1492, quando o navegador Cristóvão Colombo, partiu da Espanha rumo às Índias, a frota ficou à deriva por muitos dias até alcançar uma região continental que Colombo imaginou que fossem as Índias, mas que na verdade era o atual continente americano, apelidando o povo que encontrou de “índios” ou “indígenas”. Sendo assim, podemos dizer que, na verdade, não existe nenhum povo, tribo ou clã com a denominação de índio, cada “índio” pertence a um povo, a uma etnia identificada por uma denominação própria.
Guarani, Yanomami, dentre outros povos, “denominados indígenas”, são historicamente distintos e rivais, cada um constituindo uma sociedade única, organizada a partir de uma cosmologia própria, que com o passar do tempo e o surgimento do movimento indígena, chegaram à conclusão da importância de manter a denominação “índio” ou “indígena”, pelo fato desta, unir, articular e fortalecer esses povos, cansados de serem alvos de preconceitos.
Antes disso, a denominação de índio ou indígena era negada pelos povos indígenas por ser pejorativa e desqualificadora, e as identidades étnicas particulares também eram negadas ou reprimidas, por isso, muitos índios negavam suas identidades e suas origens.
Hoje em dia, os índios se orgulham de serem nativos, originários, portadores de uma civilização própria e de pertencerem a uma ancestralidade particular. Eles vivem um momento especial, após anos de massacre, escravidão, dominação e repressão cultural e respirando um ar menos repressivo, resgatam suas culturas e tradições.
Guarani, Yanomami, dentre outros povos, “denominados indígenas”, são historicamente distintos e rivais, cada um constituindo uma sociedade única, organizada a partir de uma cosmologia própria, que com o passar do tempo e o surgimento do movimento indígena, chegaram à conclusão da importância de manter a denominação “índio” ou “indígena”, pelo fato desta, unir, articular e fortalecer esses povos, cansados de serem alvos de preconceitos.
Antes disso, a denominação de índio ou indígena era negada pelos povos indígenas por ser pejorativa e desqualificadora, e as identidades étnicas particulares também eram negadas ou reprimidas, por isso, muitos índios negavam suas identidades e suas origens.
Hoje em dia, os índios se orgulham de serem nativos, originários, portadores de uma civilização própria e de pertencerem a uma ancestralidade particular. Eles vivem um momento especial, após anos de massacre, escravidão, dominação e repressão cultural e respirando um ar menos repressivo, resgatam suas culturas e tradições.
Autismo
O termo autismo vem do grego “autós” que significa “de si mesmo”.
Em 1906, Plouller introduziu o termo autista na literatura psiquiátrica, mas foi Bleuler, em 1911, o primeiro a difundir o termo autismo para referir-se ao quadro de esquizofrenia, que consiste na limitação das relações humanas e com o mundo externo. Em 1943, o psiquiatra americano Leo Kanner, que trabalhava em Baltimore, nos Estados Unidos, descreveu um grupo de onze casos clínicos de crianças em sua publicação intitulada “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”. As crianças investigadas por Kanner apresentavam inabilidade para se relacionarem com outras pessoas e situações desde o início da vida (extremo isolamento), falha no uso da linguagem para comunicação e desejo obsessivo ansioso para a manutenção da mesmice.
O Autismo é um transtorno do desenvolvimento e quem o possui apresenta, em muitos quadros, quociente de inteligência abaixo da média. Os sintomas variam amplamente e manifestam-se de diversas formas, variando do mais leve ao mais alto comprometimento: na diminuição no uso de comportamentos não-verbais como contato ocular, expressão facial, postura corporal e gestos para interagir socialmente; através da dificuldade em desenvolver relações de companheirismo; no atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem oral, sem ocorrência de tentativas ou modos alternativos de comunicação, como gestos ou mímicas; através de padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades, manifestados por obsessão por atitudes ou objetos específicos; na fidelidade aparentemente inflexível a rotinas ou rituais; em hábitos motores repetitivos, dentre outras manifestações.
A identificação deste transtorno é um processo demorado e que muitas vezes passa por uma série de diagnósticos errôneos, pelo fato de ser confundido com outras síndromes ou com outros transtornos globais do desenvolvimento, pelo fato de não ser diagnosticado através de exames laboratoriais ou de imagem, por não haver marcador biológico que o caracterize, nem necessariamente aspectos sindrômicos morfológicos específicos.
Em 1906, Plouller introduziu o termo autista na literatura psiquiátrica, mas foi Bleuler, em 1911, o primeiro a difundir o termo autismo para referir-se ao quadro de esquizofrenia, que consiste na limitação das relações humanas e com o mundo externo. Em 1943, o psiquiatra americano Leo Kanner, que trabalhava em Baltimore, nos Estados Unidos, descreveu um grupo de onze casos clínicos de crianças em sua publicação intitulada “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”. As crianças investigadas por Kanner apresentavam inabilidade para se relacionarem com outras pessoas e situações desde o início da vida (extremo isolamento), falha no uso da linguagem para comunicação e desejo obsessivo ansioso para a manutenção da mesmice.
O Autismo é um transtorno do desenvolvimento e quem o possui apresenta, em muitos quadros, quociente de inteligência abaixo da média. Os sintomas variam amplamente e manifestam-se de diversas formas, variando do mais leve ao mais alto comprometimento: na diminuição no uso de comportamentos não-verbais como contato ocular, expressão facial, postura corporal e gestos para interagir socialmente; através da dificuldade em desenvolver relações de companheirismo; no atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem oral, sem ocorrência de tentativas ou modos alternativos de comunicação, como gestos ou mímicas; através de padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades, manifestados por obsessão por atitudes ou objetos específicos; na fidelidade aparentemente inflexível a rotinas ou rituais; em hábitos motores repetitivos, dentre outras manifestações.
A identificação deste transtorno é um processo demorado e que muitas vezes passa por uma série de diagnósticos errôneos, pelo fato de ser confundido com outras síndromes ou com outros transtornos globais do desenvolvimento, pelo fato de não ser diagnosticado através de exames laboratoriais ou de imagem, por não haver marcador biológico que o caracterize, nem necessariamente aspectos sindrômicos morfológicos específicos.
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Educação de pessoas com N.E.E.,
Seminário Integrador VI
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