segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Escola: espaço de convívio, conflitos e desafios


A educação, seja da criança, adolescente, ou adulto, é um processo que se dá no interior de cada indivíduo, transformando-o espontaneamente, através da convivência com o outro, através da resolução de problemas que dizem respeito ao mundo físico ou social em que vivem, lançando hipóteses e também a partir de suas experiências com o meio.
Enfim, somos o resultado de nossas permanentes transformações e trocas. Logo, cada ser é único. Desta forma, todo indivíduo, ao iniciar um processo de aprendizagem, já trás consigo uma série de conceitos, conhecimentos acumulados, reflexões sobre o mundo, sobre si mesmo, sobre as outras pessoas, crenças e informações de vida, que servirão de filtro para a elaboração de novos conhecimentos. Esses novos conhecimentos irão gerar novos comportamentos, modificar hábitos e assim, sucessivamente. Durante todo esse processo, o professor precisa estar muito atento, pois, além de poder encontrar dificuldades em compreender o raciocínio do aluno, uma vez que pode reduzir o pensamento do outro ao seu próprio, precisa colocar-se no lugar do educando, tentando compreender suas dúvidas a fim de lhe dar as respostas de que está necessitando e que está preparado para ouvir. E se formos falar do desenvolvimento desse processo todo durante a fase adulta, os desafios são ainda maiores, pois, diferente das crianças, os adultos, estão dispostos a iniciar um processo de aprendizagem desde que compreendam a sua utilidade. Para eles, a aprendizagem é orientada para a resolução de problemas e tarefas com que se confrontam na vida. Além disso, alunos na fase adolescente e adulta exigem uma habilidade especial dos professores para tornarem a sua palavra interessante, fazendo-se ouvir e respeitar pelo adolescente, conseguindo cumprir sua função educativa, pois são freqüentes as posturas de questionamento e afronta ao professor.
Entre 1997 e 2004, fui diretora de uma escola municipal, no município de Araricá, onde tive a oportunidade de trabalhar tanto com crianças, como adolescentes e adultos. A escola possuía 500 alunos matriculados, 40 profissionais e funcionava em três turnos. Cada turno tinha as suas características, conseqüentemente os seus grupos e seus conflitos típicos. Ao assumir a direção da escola, enfrentei muitos desafios, pois, além da inexperiência, precisava conviver com uma comunidade externa que não se articulava adequadamente com a escola, educadores desmotivados e despreparados e uma comunidade escolar que estava há anos convivendo com uma gestão autoritária. Enfrentamos muitas dificuldades para introduzir e implementar processos e práticas de participação coletiva, para romper com a lógica autoritária em que se estruturavam as concepções e práticas de organização e gestão escolar ao qual estavam convivendo durante anos. Acredito que dentre muitos, um dos maiores desafios que encontrei, foi o de aprender a lidar com os alunos do turno da noite, composto por adolescentes e adultos, que acostumados com uma lógica autoritária, estavam sempre dispostos a desafiar. E se para os professores, que convivem diretamente com os alunos em sala de aula, numa relação muito mais interligada, com laços afetivos estabelecidos já é difícil, conforme o exposto anteriormente, para mim, como diretora, foi muito mais complicado, pois além de ser um ser totalmente estranho no ambiente, eu estava propondo transformações da convivência. Lembro que alguns professores não cumpriam combinações estabelecidas em reuniões e beneficiavam alunos de forma indevida, somente para evitarem conflitos.
Enfim, durante esse tempo, aprendi que a escola é um lugar de diversas formas de expressão, onde agem interesses que se opõem, gerando muitas vezes, conflitos, atitudes e comportamentos contraditórios. Precisei aprender a lidar com esses conflitos e compreender que eles estão presentes em quase todos os tipos de in A educação, seja da criança, adolescente, ou adulto, é um processo que se dá no interior de cada indivíduo, transformando-o espontaneamente, através da convivência com o outro, através da resolução de problemas que dizem respeito ao mundo físico ou social em que vivem, lançando hipóteses e também a partir de suas experiências com o meio.
Enfim, somos o resultado de nossas permanentes transformações e trocas. Logo, cada ser é único. Desta forma, todo indivíduo, ao iniciar um processo de aprendizagem, já trás consigo uma série de conceitos, conhecimentos acumulados, reflexões sobre o mundo, sobre si mesmo, sobre as outras pessoas, crenças e informações de vida, que servirão de filtro para a elaboração de novos conhecimentos. Esses novos conhecimentos irão gerar novos comportamentos, modificar hábitos e assim, sucessivamente. Durante todo esse processo, o professor precisa estar muito atento, pois, além de poder encontrar dificuldades em compreender o raciocínio do aluno, uma vez que pode reduzir o pensamento do outro ao seu próprio, precisa colocar-se no lugar do educando, tentando compreender suas dúvidas a fim de lhe dar as respostas de que está necessitando e que está preparado para ouvir. E se formos falar do desenvolvimento desse processo todo durante a fase adulta, os desafios são ainda maiores, pois, diferente das crianças, os adultos, estão dispostos a iniciar um processo de aprendizagem desde que compreendam a sua utilidade. Para eles, a aprendizagem é orientada para a resolução de problemas e tarefas com que se confrontam na vida. Além disso, alunos na fase adolescente e adulta exigem uma habilidade especial dos professores para tornarem a sua palavra interessante, fazendo-se ouvir e respeitar pelo adolescente, conseguindo cumprir sua função educativa, pois são freqüentes as posturas de questionamento e afronta ao professor.
Entre 1997 e 2004, fui diretora de uma escola municipal, no município de Araricá, onde tive a oportunidade de trabalhar tanto com crianças, como adolescentes e adultos. A escola possuía 500 alunos matriculados, 40 profissionais e funcionava em três turnos. Cada turno tinha as suas características, conseqüentemente os seus grupos e seus conflitos típicos. Ao assumir a direção da escola, enfrentei muitos desafios, pois, além da inexperiência, precisava conviver com uma comunidade externa que não se articulava adequadamente com a escola, educadores desmotivados e despreparados e uma comunidade escolar que estava há anos convivendo com uma gestão autoritária. Enfrentamos muitas dificuldades para introduzir e implementar processos e práticas de participação coletiva, para romper com a lógica autoritária em que se estruturavam as concepções e práticas de organização e gestão escolar ao qual estavam convivendo durante anos. Acredito que dentre muitos, um dos maiores desafios que encontrei, foi o de aprender a lidar com os alunos do turno da noite, composto por adolescentes e adultos, que acostumados com uma lógica autoritária, estavam sempre dispostos a desafiar. E se para os professores, que convivem diretamente com os alunos em sala de aula, numa relação muito mais interligada, com laços afetivos estabelecidos já é difícil, conforme o exposto anteriormente, para mim, como diretora, foi muito mais complicado, pois além de ser um ser totalmente estranho no ambiente, eu estava propondo transformações da convivência. Lembro que alguns professores não cumpriam combinações estabelecidas em reuniões e beneficiavam alunos de forma indevida, somente para evitarem conflitos.
Enfim, durante esse tempo, aprendi que a escola é um lugar de diversas formas de expressão, onde agem interesses que se opõem, gerando muitas vezes, conflitos, atitudes e comportamentos contraditórios. Precisei aprender a lidar com esses conflitos e compreender que eles estão presentes em quase todos os tipos de interação humana e assumem várias formas e dimensões. Nem sempre nossas vontades, sensibilidades, culturas, percepções convergem para o mesmo ponto. Cada um vê, sente, percebe de um modo diferente. E através da Gestão Democrática, pude oferecer oportunidades às manifestações e expressões dos diferentes grupos existentes na escola, permitindo a circulação de idéias, oportunizando à comunidade escolar um novo tipo de vivência, fazendo com que tanto profissionais como alunos sentissem valorizados. Através destas transformações da convivência, modificamos a política educacional, incrementamos projetos que auxiliaram para o desenvolvimento do verdadeiro papel da escola, não como mera instituição criada com o intuito de transmitir às novas gerações o conhecimento sistematizado e sim como um importante espaço de convivência.

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