A postagem do link abaixo é objeto desta reflexão:
http://peadportfolio156703.blogspot.com/2009/11/temas-geradores.html
Paulo Reglus Neves Freire, defendia a educação como um ato solidário, coletivo, um processo de trocas entre as pessoas. Para Freire, o alfabetizador precisa inicialmente através de conversas informais, fazer uma pesquisa, uma descoberta, um levantamento do universo vocabular, cujo objetivo é perceber quais os vocábulos mais utilizados pelos sujeitos a serem alfabetizados.
Segundo Brandão (1981, p.30), para Freire, [...] “as palavras não são só um instrumento de leitura da língua; são também instrumentos de releitura coletiva da realidade social onde a língua existe [...]
Através da pesquisa das palavras, do universo vocabular dos alunos, é possível diminuir a distância entre educador e educandos, reconhecer a realidade que os cerca, o modo de vida, os lugares.
Segundo Brandão (1981), com o material recolhido na pesquisa, faz-se uma seleção de palavras geradoras, através dos seguintes critérios: riqueza fonética, dificuldades fonéticas, aspecto pragmático da palavra. Depois de selecionadas mais ou menos 18 palavras que servirão de base para as lições, o próximo passo é a discussão de situações da realidade local, nas quais são colocadas as palavras geradoras, com o intuito de abrir perspectivas para análise crítica consciente dos problemas. As palavras são apresentadas em cartazes com imagens e então, inicia-se uma discussão para significá-las na realidade da turma. Em seguida, são criadas fichas roteiro para a organização dos debates e por fim, a criação de fichas de palavras para decomposição das famílias fonéticas. Cada palavra geradora passa a ser estudada através da divisão silábica, cada sílaba se desdobra em sua família silábica e o próximo passo é a formação de novas palavras, utilizando as famílias silábicas trabalhadas.
Esse método foi aplicado por mim durante o período de estágio. Apesar das dificuldades penso que esta metodologia é muito interessante e se bem executada, tem grandes chances de respostas muito positivas.
As dificuldades que encontrei foram em relação a aceitação dos alunos ao novo, pois, especialmente os alunos mais velhos, esperavam que as aulas fossem apenas expositivas e agiam inicialmente como elementos passivos, apenas recebendo e assimilando o que fosse transmitido. E na verdade, essa metodologia requer a participação ativa dos alunos, é necessário que haja muito diálogo para que o alfabetizador reconheça o universo vocabular dos alunos, sua realidade.
É necessário que o educador aprenda a trabalhar com a rejeição, pois, sempre correrá riscos, nem sempre o que é proposto poderá ser aceito. Nessa situação, é necessário respeitar os alunos, ser coerente, e criar alternativas de introduzir aos poucos o diálogo, desafiando o grupo, revelando a necessidade e importância dessa metodologia.
sábado, 4 de dezembro de 2010
Tema Gerador - EJA - Alfabetização
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Seminário Integrador IX
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